Na manhã desta quinta-feira (12), a Polícia Civil do Rio Grande do Norte deu início à “Operação Falsus Heres”, focada em desmantelar uma organização criminosa especializada em falsificação de documentos públicos e estelionato.
As investigações revelaram a participação de advogados e tabeliães que, utilizando informações bancárias de pessoas falecidas, forjavam documentos para desviar grandes quantias em dinheiro. O grupo é suspeito de aplicar golpes que geraram prejuízos superiores a R$ 4 milhões às famílias das vítimas.
A operação foi liderada pela Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações de Natal (DEFD), em parceria com a 34ª Delegacia de Polícia de São Tomé (34ª DP) e o apoio de várias delegacias especializadas da Grande Natal. No total, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em diferentes localidades, incluindo Natal, Parnamirim, Ielmo Marinho, Lagoa de Velhos e Japi.
Esquema fraudulento
As investigações detalharam como o grupo criminoso agia. Advogados e tabeliães tinham acesso a informações bancárias de contas sem movimentação de pessoas falecidas. Através da falsificação de escrituras de inventário e procurações públicas, colocavam “laranjas” como falsos herdeiros dessas contas. Com isso, realizavam saques em agências bancárias, utilizando intermediários para distribuir o dinheiro por diversas contas de passagem, dificultando o rastreamento dos valores.
Após essa manobra, os valores eram divididos entre os membros do grupo criminoso, que contava com a participação de profissionais do direito e do tabelionato, facilitando o acesso e manipulação dos documentos necessários para dar legitimidade ao golpe.
Ação da Polícia
Além dos mandados de busca, a Justiça também determinou oito ordens de monitoração eletrônica para os investigados, assim como o bloqueio de bens e contas no valor total de R$ 4 milhões. Veículos vinculados à organização também foram apreendidos como parte das medidas judiciais.
De acordo com a Polícia Civil, o nome da operação, “Falsus Heres”, faz alusão ao termo “falso herdeiro”, refletindo a principal tática usada pela quadrilha. A operação contou com a participação de várias delegacias especializadas, como a Delegacia de Narcóticos (DENARC/NATAL), a Delegacia Especializada em Roubos de Veículos (DEPROV/NATAL), a Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (DEFUR/NATAL), entre outras.
A Polícia Civil reforçou a importância da colaboração da população por meio do Disque Denúncia 181, permitindo que qualquer informação sobre crimes semelhantes seja compartilhada de forma anônima e segura. Este canal é essencial para apoiar o trabalho das autoridades e ajudar a coibir atividades criminosas.
Consequências jurídicas
Os crimes de estelionato e falsificação de documentos públicos são graves e, caso os suspeitos sejam condenados, podem enfrentar penas severas. O estelionato tem pena prevista de 1 a 5 anos de prisão, podendo ser aumentada em caso de fraude contra idosos ou envolvendo organizações criminosas. Já a falsificação de documentos públicos pode resultar em até 6 anos de reclusão, dependendo da gravidade e da extensão do crime.
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