A Polícia Civil do Rio Grande do Norte está investigando o caso de uma mulher encontrada morta e seu companheiro ferido em Touros, no litoral potiguar, na noite do último sábado (9). Identificada como Wanessa Melo da Silva, a jovem foi encontrada sem vida no local, enquanto seu namorado, Victor Hugo de Morais, chegou a ser socorrido para Natal, mas faleceu no domingo (10).
De acordo com informações iniciais da Polícia Civil, a hipótese preliminar é de que a jovem teria atirado no companheiro e, em seguida, tirado a própria vida. No entanto, somente a perícia do Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep-RN) confirmará a dinâmica dos fatos, com um prazo de até 10 dias para a conclusão da análise.
“Uma análise preliminar do local do crime indicou que os disparos podem ter sido realizados pela jovem, que foi encontrada morta. Ela teria realizado o disparo no companheiro e depois se matado. Essa análise da dinâmica ainda vai ser comprovada pela perícia do Itep. A Polícia Civil vai instaurar inquérito para analisar se, de fato, foi isso que aconteceu“, explicou o delegado Jaime Groff, da Delegacia de Touros.
Porém, a família de Wanessa contesta essa versão, afirmando que a jovem vivia um relacionamento abusivo. Vitória Melo da Silva, irmã da vítima, relatou que Wanessa queria terminar o relacionamento e retornar para sua casa em Pureza, RN, mas Victor Hugo não permitia.
“Minha irmã vivia em um relacionamento abusivo. Quando ela queria ir embora, ele não deixava. A primeira vez que ela veio para cá, ele saiu com uma arma na cintura para amedrontar minha tia. Eu acho que foi feminicídio. Eu tenho certeza que minha irmã não fez isso“, declarou Vitória.
Ainda segundo a irmã, Wanessa havia enviado uma mensagem à mãe na quinta-feira (7) manifestando a intenção de retornar para casa. Depois disso, não houve mais contato. A família chegou a procurá-la na sexta-feira, mas não obteve informações, pois os familiares de Victor afirmaram desconhecer seu paradeiro.
A avó de Wanessa, Maria José Melo da Silva, também falou sobre o comportamento de Victor Hugo, mencionando que ele andava armado e que a situação do casal gerava preocupações. “Como eu não aceitava ir lá em casa, porque já sabia que ele não era uma boa pessoa, ela vinha se encontrar com ele aqui. Vi [a arma], uma vez que ele foi conversar com ela, falando que ela estava traindo ele, foi vizinho a porta da minha casa“, contou a avó.
O corpo de Wanessa foi encontrado já em estado de decomposição em um quarto nos fundos da casa dos pais de Victor Hugo, o que impossibilitou a família de realizar um velório prolongado.
O inquérito segue em andamento, enquanto o laudo pericial do Itep deve fornecer detalhes essenciais sobre o caso. A depender do resultado da investigação, a possível caracterização de feminicídio pode levar a uma condenação de 12 a 30 anos, conforme a Lei Maria da Penha e o Código Penal Brasileiro.
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