Parto raro de trigêmeos, incluindo siamesas, é registrado na Maternidade Januário Cicco

Nessa terça-feira (8), a Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), em Natal, foi palco de um evento raro: o nascimento de trigêmeos, sendo dois deles siameses. As bebês nasceram prematuras, de 37 semanas, através de cesariana e, no momento, estão sob os cuidados de uma equipe multidisciplinar, que segue protocolos específicos para casos de prematuridade.

Os dois bebês siameses estão unidos pelo tórax, e, juntamente com a terceira irmã, permanecem em observação intensiva na unidade neonatal. Segundo nota divulgada pela maternidade, as três recém-nascidas estão sendo cuidadosamente monitoradas devido às complicações inerentes ao quadro, e a mãe das bebês passa por uma recuperação pós-parto.

Esse tipo de ocorrência é extremamente raro. No Brasil, o registro de nascimentos de gêmeos siameses é incomum. Nos últimos 11 anos, foram contabilizados apenas 500 casos no país. Especificamente no Rio Grande do Norte, o último caso documentado aconteceu em 2012, quando duas irmãs nasceram unidas pela região glútea.

A MEJC, administrada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), destacou em comunicado a seriedade do caso e a dedicação da equipe médica envolvida. Segundo a nota oficial:

“A Maternidade Escola Januário Cicco (Mejc-UFRN), administrada pela Empresa de Serviços Hospitalares (Ebserh), informa que realizou, nesta terça-feira (08), o parto de trigêmeas. As três recém-nascidas, duas delas siamesas, estão em observação por uma equipe multidisciplinar seguindo protocolos para casos de prematuridade, uma vez que nasceram antes de 37 semanas de gestação. A mãe das recém-nascidas segue em recuperação pós-parto.”

Casos como esse exigem um acompanhamento médico contínuo e uma avaliação rigorosa sobre as possibilidades de separação dos siameses. A complexidade do quadro geralmente demanda uma série de exames detalhados para verificar a viabilidade de cirurgias futuras, o que só será possível após uma análise criteriosa das condições de saúde dos bebês.

Possíveis complicações e cuidados

A prematuridade dos trigêmeos eleva os cuidados exigidos no pós-parto imediato. As recém-nascidas estão sendo acompanhadas por uma equipe médica especializada que inclui neonatologistas, cirurgiões pediátricos e outros profissionais da saúde, todos empenhados em assegurar as melhores condições para o desenvolvimento das bebês. O fato de os siameses estarem ligados pelo peito impõe desafios adicionais, como a análise da compartilhamento de órgãos vitais, algo crucial para determinar as abordagens cirúrgicas.

Este tipo de situação é delicada e requer muito planejamento. A decisão de uma possível cirurgia de separação dos siameses envolve uma série de fatores médicos, como a viabilidade anatômica e a capacidade de os bebês sobreviverem de forma independente após a intervenção.