Os golpes de pirâmides financeiras, um velho conhecido do público, estão se adaptando ao cenário digital e se tornando uma ameaça crescente para os usuários de redes sociais. Com a incorporação da tecnologia no cotidiano das pessoas, esses esquemas fraudulentos ganharam novas roupagens e métodos de atuação, se espalhando com velocidade e eficiência através do WhatsApp, Telegram, Facebook, e outras plataformas de comunicação.
A premissa desses golpes se mantém a mesma: participantes são atraídos por promessas de retorno financeiro rápido e fácil, sob a condição de que recrutem novos membros para o esquema. A estrutura resultante assemelha-se a um triângulo, ou pirâmide, onde o recrutador inicial ocupa o vértice, e os novos membros, a base, criando uma dependência contínua do fluxo de novos investidores para sustentar os pagamentos.
Ilmar Muniz, advogado e professor especializado em crimes financeiros, alerta: “Nos dias de hoje, os convites acontecem por meio de Whatsapp, Telegram, Facebook e outras redes sociais, facilitando a operação dos criminosos. Eles convidam a vítima a participar, a investir mais e mais, colocando a renda familiar em risco. Somente após entrar nas comunidades dessas redes, a pessoa percebe que foi lesada e que o retorno prometido não será concretizado.”
As promessas de lucro fácil atraem as vítimas, que logo se veem envolvidas em um ciclo de investimentos sem retorno. “Assim que a pessoa percebe o golpe, deve parar imediatamente de investir. Após interromper os aportes, é crucial recolher provas e procurar um advogado para buscar reparação legal”, relatou ao Portal N10.
Diferente dos modelos anteriores, que tinham uma estrutura claramente piramidal, os golpes atuais se camuflam sob o nome de Marketing Multinível, mas, na prática, operam sob o mesmo princípio de beneficiar os que estão no topo da cadeia em detrimento dos últimos a entrarem.
Essa evolução do golpe reflete a capacidade de adaptação dos criminosos aos novos meios digitais e a importância de a população estar atenta e informada sobre as formas de prevenção. As autoridades brasileiras e de outros países têm intensificado esforços para combater essa prática, mas a agilidade e a abrangência das redes sociais apresentam desafios significativos para a sua erradicação.
O especialista reitera: “É vital que as vítimas denunciem essas fraudes para que as autoridades possam agir. A conscientização sobre os sinais de alerta e a promoção de educação financeira são armas poderosas contra os golpes de pirâmides financeiras.”
Ainda segundo o advogado, assim que a pessoa entra nesses grupos e percebe o golpe em que caiu, por meio das reclamações ouvidas pelos outros membros, começa a ver mensagens que dizem ser do dono da empresa. Nelas as promessas voltam e a culpa pela falta de pagamento recai em motivos externos e que não se justificam de forma satisfatória, como manobras governamentais, crises em outros países e mercados externos, ou mesmo conflitos que não envolvem a operação da empresa ou o país em questão. Deste último exemplo, as guerras envolvendo Ucrânia e Palestina seriam tratadas como o grande motivo pela falta de dinheiro.
Esses esquemas representam não apenas um risco financeiro para os envolvidos, mas também um desafio para a segurança econômica das famílias e a estabilidade do mercado financeiro como um todo. A vigilância constante e a educação sobre os riscos associados a investimentos duvidosos são essenciais para proteger o público desses golpes cada vez mais sofisticados.
Enquanto a tecnologia avança e facilita nossas vidas em muitos aspectos, também abre portas para criminosos aprimorarem suas técnicas de fraude. Os golpes de pirâmides financeiras se adaptaram ao mundo digital, mantendo sua essência predatória. Fica o alerta para que os usuários das redes sociais se mantenham vigilantes e informados para não se tornarem as próximas vítimas desses esquemas fraudulentos.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.