Em geral, homens e mulheres procuram por características em seus parceiros que possam aumentar seu sucesso reprodutivo. Porém, a escolha romântica não se baseia apenas no que o indivíduo deseja em um parceiro, mas leva em consideração a forma como se percebe dentro de determinado ambiente, de modo que a autoavaliação pode mudar de acordo com o contexto em que ele está inserido.
Esse tema é objeto da pesquisa “Realidade ou ficção? A influência da autopercepção como parceiro romântico e da autoestima na escolha e preferência de parceiros românticos” da professora Anthonieta Looman Mafra, do Centro de Biociências (CB) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
“Além do ambiente, a autoestima pode ser um fator que modifica as preferências de parceiros românticos e a forma com que as pessoas escolhem estes parceiros por poder influenciar na maneira com que as pessoas se avaliam. A maioria dos estudos que deram origem a padrões hoje considerados universais no estudo de escolha de parceiro romântico foi realizado com universitários, o que pode limitar a abrangência das conclusões por contemplar pessoas de mesmo nível educacional e, provavelmente, do mesmo nível socioeconômico”, explica a pesquisadora.
A pesquisa, realizada no Brasil, em que a taxa de desigualdade social é elevada, e no Canadá, teve como objetivo verificar as preferências e escolhas de parceiros românticos e a autoavaliação como parceiro romântico em diferentes níveis educacionais.
Os resultados mostram que homens tendem a dar prioridade ao status social quando procurando por uma parceira romântica, enquanto o padrão universal é a preferência por atratividade física. As mulheres parecem ter conhecimento dessa preferência dos homens ao expressarem que status social é importante para sua autoavaliação.
Além disso, a pesquisa também indicou que as preferências parecem representar as escolhas das características mais importantes para cada sexo, sendo as demais características moduladas pela qualidade de parceiros disponíveis no ambiente.