O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, defendeu nesta quinta-feira (12), em São Paulo, a antecipação da proibição do uso de cartões de crédito para o pagamento de apostas eletrônicas e esportivas. Sidney destacou a necessidade de uma ação rápida do governo para impedir o comprometimento da renda dos consumidores e evitar o aumento da inadimplência.
Durante o evento com jornalistas, Sidney afirmou: “Eu particularmente entendo — e essa é uma posição pessoal — que o governo deveria usar todos os meios legais para proibir, imediatamente, o uso do cartão de crédito para a realização de jogos“.
Ele apontou que, embora já exista uma regulamentação futura, “a proibição feita ainda não está sendo observada“, e reforçou: “O cartão é um produto fundamental e seu uso para apostas já está afetando o consumo das famílias e aumentando a inadimplência“.
A Febraban tem expressado preocupação com o impacto das apostas no superendividamento das famílias e no aumento da inadimplência no setor de crédito. Sidney explicou: “O foco da Febraban na discussão desse tema é a preocupação com o superendividamento, com o comprometimento da renda das famílias e o quanto que isso pode gerar de mais inadimplência no crédito, aumentando, inclusive, o custo do crédito“.
Opinião pessoal
Por meio de uma nota oficial, a Febraban esclareceu que essa é a opinião pessoal de Sidney e não representa a visão da federação ou dos bancos associados. Apesar de ocupar o cargo de presidente, Sidney “não fala em nome da federação, nem dos bancos associados“.
Em abril, o Ministério da Fazenda anunciou que a partir de janeiro de 2024, as apostas eletrônicas poderão ser pagas apenas via Pix, transferência bancária ou débito, como parte da nova regulamentação das empresas de apostas, conhecidas como bets. Contudo, Sidney defende que essa medida deveria ser antecipada devido ao impacto crescente das apostas no mercado financeiro.
Sidney também mencionou que já discutiu o tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, tanto a Febraban quanto os bancos estão analisando os efeitos das apostas esportivas no superendividamento das famílias. Ele acrescentou: “O aumento das apostas esportivas pode se refletir em juros mais altos na concessão de crédito por causa do aumento da inadimplência“.
Por fim, Sidney reiterou a necessidade de urgência na proibição, afirmando: “Eu já tive a oportunidade recente de tratar esse tema com ministro (da Fazenda, Fernando) Haddad. Eu cheguei a ter uma audiência com o presidente Lula“, e defendeu que “essa é uma posição dos bancos e dele próprio”.
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