Hoje (15) é uma data para entrar para a história do catolicismo, nesta segunda-feira o Vaticano anunciou que será realizado o primeiro julgamento de um representante da Igreja Católica acusado de abuso sexual de menor. Com data marcada para 11 de julho. A Santa Sé, ainda tornou público o afastamento de dois bispos americanos por encobrirem crimes semelhantes.
Jozef Wesolowski, ex-núncio (embaixador) na República Dominicana, é acusado de abuso sexual de menores enquanto desempenhava suas funções, entre 2008 e 2013. Ele foi flagrado com material de pornografia infantil quando já se encontrava em Roma, em 2013 e 2014.
O ex-arcebispo, 66 anos, foi discretamente afastado da nunciatura, na República Dominicana em 2012, após a cúpula da Igreja Católica ter sido informada de que ele pagava regularmente a rapazes por serviços sexuais.
Se culpado, Wesolowski pode ser condenado a uma pena de seis a dez anos de prisão. Em junho de 2014, o acusado já tinha sido afastado da igreja, mas permaneceu em liberdade até setembro de 2014, quando foi colocado sob prisão domiciliar.
Em comunicado, o Vaticano afirma que “as graves alegações” contra o ex-arcebispo vão ser analisadas de forma minuciosas e, “se necessário”, haverá recurso à “cooperação legal internacional para a avaliação da prova testemunhal” obtida na República Dominicana.
As autoridades dominicanas, com as quais o Vaticano afirmou cooperar estreitamente, identificaram pelo menos quatro rapazes vítimas de abuso pelo ex-representante da igreja católica.
O papa Francisco aceitou a demissão de dois bispos americanos, o arcebispo de Saint Paul e Minneapolis, John Clayton Nienstedt, e o adjunto Lee Anthony Piche, acusados de encobrirem casos de abuso sexual de menores praticados por um padre.
O Vaticano não explicita a razão das demissões, mas Nienstedt e Piche foram identificados por associações de vítimas como os responsáveis hierárquicos que ocultaram os abusos sexuais cometidos pelo padre Curtis Wehmeyer.