(ANSA) – O Conselho Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern) realizou nesta quarta-feira (03) as primeiras “colisões recordes” no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), o maior acelerador de partículas do mundo, para tentar descobrir fatos inéditos na história da física.
Essa é a primeira vez que o equipamento realiza as colisões a 13 trilhões de elétron-volts (13 TeV) para tentar entender como o universo foi formado e para explicar fenômenos que a atual teoria não está em grau de resolver, como a composição da matéria obscura – a substância invisível e misteriosa que ocupa cerca de 25% do universo.
“Um passo histórico para a física e para a tecnologia. Um passo adiante histórico porque as colisões a esta energia permitem enfrentar questões da física fundamental e farão com que seja possível encontrar respostas para perguntas abertas, como as relativas à natureza da matéria obscura”, disse a diretora do Cern à ANSA, Fabiola Gianotti.
Após a realização das primeiras colisões no LHC, o diretor-geral do Cern, Rolf-Dieter Heuer, afirmou que o resultado “foi fantástico”. “Agora, não devemos ter freios. Os resultados não chegarão amanhã, nem em uma semana, mas seguramente chegarão e serão extraordinários”, destacou o alemão.
Esse foi o primeiro teste de grande intensidade realizado desde o dia 5 de abril, quando o LHC foi religado após dois anos de manutenção e atualização. Nas galerias de 27 quilômetros de extensão, as partículas conseguem viajar quase na velocidade da luz. No equipamento, que foi inaugurado utilizando uma energia de cerca de seis trilhões de elétron-volts, já foi confirmada a existência da partícula bóson de Higgs, a chamada “partícula de Deus” que deu origem ao universo.
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