O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim nesta sexta-feira (14). Durante o encontro, Lula afirmou que “ninguém proibirá o Brasil de melhorar sua relação com a China”.
O encontro também teve como objetivo a intensificação das relações entre os dois países em áreas como ciência e tecnologia, estratégias para combater as mudanças climáticas, energia limpa e produção de carros e ônibus elétricos.
Os Estados Unidos, por sua vez, consideram a empresa chinesa Huawei como “um risco para a segurança nacional”. Porém, Lula visitou a empresa em Pequim e afirmou que isso mostra que o Brasil não tem preconceitos em suas relações com os chineses.
Lula chegou a Pequim acompanhado de uma grande comitiva e de sua esposa, Janja, e foi recebido com honras no Grande Salão do Povo, situado na famosa praça da Tiananmen. O presidente brasileiro considera esse encontro como um dos “mais importantes” do início de seu mandato.
Brasil e China assinaram 15 acordos, entre eles o intercâmbio de tecnologias de semicondutores, o 5G, 6G e a construção do satélite CBERS-6, que permitirá o monitoramento da Amazônia. Além disso, outro acordo de destaque é a realização de transações comerciais diretamente em reais e yuanes, para evitar a dolarização e facilitar o comércio entre as partes.
Como principal parceiro comercial do Brasil, a China importou em 2022 produtos brasileiros no valor de mais de US$ 89,7 bilhões, com soja e minerais como itens principais. Já as exportações chinesas para o país sul-americano chegaram a quase US$ 60,7 bilhões para o mesmo período.
Lula e Xi tiveram um jantar a portas fechadas após o encontro oficial. Apesar de uma coletiva de imprensa estar prevista na Embaixada do Brasil em Pequim, ela foi cancelada.
Os acordos comerciais entre Brasil e China têm uma importância significativa para a economia brasileira, mas as relações com os Estados Unidos podem ser afetadas. O governo americano tem demonstrado preocupação com a influência chinesa na América Latina e as relações estreitas entre Brasil e China podem gerar desconfiança por parte dos Estados Unidos.
