Fibromialgia é uma enfermidade crônica que provoca dores pelo corpo. Além das dores, que são o principal sintoma, o paciente sente fadiga, depressão, distúrbio do sono e tem a qualidade de vida prejudicada, pois fica incapaz de realizar atividades rotineiras devido à dor constante.
De 80 a 90% dos casos de Fibromialgia acontecem em mulheres e, apesar de ainda ser uma doença pouco conhecida, muitos estudos estão sendo feitos sobre ela. A pesquisa realizada por Levi Higino Jales, médico e professor do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), é intitulada “Estimulação elétrica transcraniana por corrente contínua em fibromialgia: efeitos sobre a dor e qualidade de vida, avaliados clinicamente e por cintilografia de perfusão cerebral”. O médico procurou encontrar um tratamento que fosse eficiente contra os sintomas da doença.
A pesquisa
O estudo utilizou uma técnica já conhecida de estimulação elétrica e magnética do cérebro chamada de neuromodulação na tentativa de alívio da dor. Segundo Levi, os pacientes com Fibromialgia possuem uma falha no sistema de modulação que defende o corpo dos estímulos dolorosos. O pesquisador explica: “As pesquisas mostraram que esse sistema depende do funcionamento do cérebro que grava o estímulo da dor e faz com que as pessoas sintam dor por intervalos longos de tempo, então uma técnica de neuromodulação serve para corrigir essa falha”.
Desenvolvido no HUOL e executado no Instituto de Pesquisa e Ensino Norte-Riograndense (IPENS), o trabalho foi realizado em vinte mulheres durante dez semanas. A cada semana o equipamento de neuromodulação, que dá uma estimulação elétrica por corrente contínua (ETCC), era utilizado nas pacientes durante vinte minutos. No final, foi descoberto, por meio de avaliações da intensidade da dor e da qualidade de vida dessas mulheres, que elas sentiam menos dor e mais facilidade para realizar as atividades diárias.
A estimulação serve como complemento para o tratamento com medicamentos e ainda está em fase de pesquisa, por não está disponível nas clínicas. Quando aprovado, o equipamento poderá servir no tratamento de várias mulheres.
O prêmio
Em setembro de 2014, durante o 11° Congresso Brasileiro de Dor, promovido pela Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED), a pesquisa do médico Levi Jales recebeu o prêmio de melhor pesquisa clínica em dor, sendo a primeira do estado a receber esse reconhecimento. O trabalho completo será publicado no meio oficial do SBED, a Revista Dor – Pesquisa, Clínica e Terapêutica. Levi diz que foi uma felicidade ter recebido o prêmio: “Foi uma grande prova de que nós também podemos fazer grandes descobertas”, avalia.
Fonte: Bianca Pessoa/AGECOM-UFRN
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