A rede Magazine Luiza seria a maior beneficiada com incremento de tráfego online e volume de mercadorias negociadas (GMV) em um cenário hipotético em que todas as operações da Americanas ficam interrompidas por causa do seu processo de recuperação judicial, segundo análise do grupo Citi.
Os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo escrevem que o Magazine Luiza teria um aumento no seu volume de 18% neste ano, seguido de Via (responsável pelas redes de lojas das bandeiras Casas Bahia e Ponto e das suas respectivas lojas virtuais), com aumento de 15% e Mercado Livre, com 11%.
O Magalu receberia uma parcela de 14% das vendas online diretas da Americanas e 25% das vendas de marketplace. Já a Via, receberia 12% das vendas diretas e 24% das de marketplace. Mercado Livre receberia 11% das vendas de marketplace.
O banco nota que o impacto na dissipação da Americanas em vendas de lojas físicas é mais difícil de ser mensurado, por conta da fragmentação do setor, envolvendo empresas menores e de setores diversos.
Recuperação judicial
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) informou nesta quinta-feira (19 de janeiro) que foi aceito o pedido de recuperação judicial apresentado pelo Grupo Americanas. A decisão é do juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial da capital. Na semana passada, a descoberta de inconsistências contábeis no balanço fiscal do grupo resultou no pedido de demissão do presidente Sérgio Rial e do diretor de relações com investidores André Covre.
Ambos haviam sido empossados há pouco mais de uma semana, mas anunciaram a decisão de deixar os cargos ao estimar que havia um rombo de R$ 20 bilhões. A notícia gerou uma queda brusca e imediata de mais de 70% nas ações da Americanas cotadas na Bolsa de Valores.
Na petição apresentada ao TJRJ, o grupo calcula que as inconsistências contábeis devem elevar as dívidas para um montante em torno de R$ 43 bilhões.
A recuperação judicial é solicitada quando uma empresa se encontra em dificuldades financeiras. Com o pedido aceito, eventuais execuções judiciais de dívidas são paralisadas por 180 dias e a empresa deverá apresentar em 60 dias uma proposta que inclua formas de pagamento aos credores e uma reorganização administrativa, de forma a evitar que a situação se agrave e chegue a um cenário de falência. A lista completa dos mais de 16 mil credores deverá ser entregue em 48 horas.
O Grupo Americanas é composto pelas empresas Americanas S.A., B2W Digital Lux e JSM Global. Elas são responsáveis por marcas variadas que realizam vendas a varejo e por meio da internet, tais como as Lojas Americanas, Americanas.com, Submarino, Shoptime, Hortifrutti, entre outras. Segundo a petição apresentada ao TJRJ, juntas elas atingem mais de 50 milhões consumidores.
Com informações da Valor PRO*
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.