Variedades

PEC dos combustíveis: gasolina pode cair para R$ 5,56, diz relator

Diesel iria de R$ 6,88 para R$ 6,12; cálculos são de Fernando Bezerra, relator do projeto que limita ICMS de combustíveis

O pacote anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro — a quatro meses da eleição — para tentar baratear o preço dos combustíveis irá custar cerca de R$ 46,4 bilhões aos cofres do governo federal neste ano.

A estimativa do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), aliado do governo, é de que as medidas irão reduzir em R$ 1,65 o litro da gasolina e em R$ 0,76 o do óleo diesel. Bezerra é relator do projeto que limita o ICMS (imposto cobrado pelos estados).

Em média, o litro da gasolina está sendo vendido nos postos do país a R$ 7,21 e o do diesel a R$ 6,88. Os valores médios são baseados no sistema de levantamento de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), no período de 29 de maio de 2022 a 4 de junho de 2022.

Existe uma simulação que diz que o impacto no litro do óleo diesel será de uma redução de R$ 0,76, e que o impacto no litro da gasolina será de R$ 1,65 — declarou ele ao ser questionado sobre o que o consumidor final pode esperar com as mudanças nas alíquotas“.

Essas estimativas de Coelho levam em conta o projeto que cria um teto de 17% para o ICMS sobre os combustíveis, a redução a zero desse imposto sobre o óleo diesel, e a redução dos impostos federais sobre a gasolina.

Do custo total do pacote, parte se refere à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que compensa em até R$ 29,6 bilhões os estados que aderirem à isenção do ICMS sobre o óleo diesel, o gás de cozinha, gás natural e etanol. O restante, R$ 16,8 bilhões, são estimativas de renúncias do que o governo federal vai abrir mão de receitas ao zerar tributos federais sobre gasolina (PIS/Cofins e Cide).

O texto de Bezerra diz, no entanto, que é possível que o cenário internacional de combustíveis piore e os preços aumentem mesmo com a aprovação de medidas. O PLP 18 deve ser votado no plenário do Senado na segunda-feira (13/06).

Redução de imposto

O senador relata o projeto que limita em 17% as alíquotas de ICMS sobre combustíveis, gás, transporte coletivo, comunicações e energia elétrica. Ele é parte do pacote proposto pelo governo com a PEC, que prevê o ressarcimento pelas perdas de receita a estados que adotarem alíquotas zero de ICMS para o diesel, gás natural e o GLP. Ele disse que vai manter o texto aprovado na Câmara, com algumas alterações.

Essa compensação, porém, só será feita até a parcela de 17% do imposto. O restante (alguns estados têm alíquotas de mais de 30%) não será compensado.

De acordo com o texto da proposta sendo chamada de PEC dos Combustíveis, a compensação aos estados será dividido em cinco parcelas. Elas serão pagas na seguinte ordem: a primeira parcela até 31 de agosto de 2022; a segunda até 30 de setembro; a terceira até 31 de outubro; a quarta até 30 de novembro, e última até 27 de dezembro.

Os estados estão insatisfeitos com as propostas e vêm fazendo rodadas de reuniões com senadores. Bezerra Coelho afirmou que ainda há resistências da parte dos governadores, que temem uma redução muito expressiva da arrecadação:

Os governadores continuam, digamos assim, com muitas críticas, primeiro, à iniciativa sobre a efetividade ou não dessa política, (se) vai dar os resultados que o governo federal acredita. Eles têm muitas dúvidas em relação a isso. Acham que eles vão ter uma redução de receita muito expressiva“, disse Coelho.

O senador acolheu a sugestão dos estados de mudar o cálculo do gatilho proposta na Câmara para compensar as eventuais perdas que os estados terão. Haveria compensação caso os estados percam mais de 5% de arrecadação. Segundo o relator, o cálculo da compensação será feito em cima dos bens e serviços definidos pelo projeto, isto é, combustíveis, energia, transporte público e telecomunicações. Antes, o texto previa que o cálculo fosse feito em cima da arrecadação geral.

O senador propôs que a compensação seja feita sobre o serviço da dívida dos estados, e não sobre o estoque. Ele ainda sugere que os estados que não possuem dívidas com a União sejam compensados já em 2023 com recursos da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). Esses estados também terão prioridade na contratação de empréstimos neste ano.

Foi mantido o gatilho de 5%. Mas havia uma discussão muito grande entre os secretários no sentido de que esse gatilho fosse acionado comparando as perdas em relação aos bens e serviços definidos no projeto. Então, o Senado vem atendendo a essa preocupação dos secretários“, disse Bezerra.

O governo acredita que sequer haverá necessidade disso porque vê a arrecadação em alta.

Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.

Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Botão Voltar ao topo
Fechar

Permita anúncios para apoiar nosso site

📢 Desative o bloqueador de anúncios ou permita os anúncios em nosso site para continuar acessando nosso conteúdo gratuitamente. Os anúncios são essenciais para mantermos o jornalismo de qualidade.