A Comissão de Educação e Cultura do Senado aprovou, nesta quinta-feira (24/03), um requerimento de autoria do senador Jean Paul (PT-RN) que convida o secretário especial de Cultura Mário Frias e sua equipe, para prestarem informações sobre despesas de quase R$ 140 mil em viagens a Nova York e Los Angeles.
Em dezembro do ano passado, Frias e o secretário-adjunto Hélio Ferraz de Oliveira estiveram em Nova York por cinco dias para encontrar o lutador de jiu-jitsu bolsonarista Renzo Gracie. Já neste ano, o subsecretário de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciúncula — responsável por encampar mudanças na Lei Rouanet –, esteve por cinco dias em Los Angeles.
“As despesas foram pagas com dinheiro público. Frias tem que explicar o que foi feito nessas viagens e justificar para os brasileiros esse ataque aos cofres públicos. Isso é um escândalo pela ausência de prestação de contas e pela inexistência de motivos reais para essas viagens”, disse o senador Jean Paul.
O parlamentar lembrou que Mario Frias nunca lutou pela valorização da cultura nacional, e ao invés de gastar todo esse dinheiro, ele e sua equipe poderiam muito bem ter feito uma reunião online para tratar do tema. “Lamentamos o uso que se faz das estruturas de cuidado da cultura por esse governo. Eles transformaram a cultura brasileira em algo irrelevante. É humilhante o papel desse ministério para a cultura nacional. O ministério rebaixado, até hoje, não apresentou uma política pública para o setor. Não temos diretrizes e este ministério não dialoga com os autores do setor”, completou o parlamentar.
A ida do secretário ao Senado ainda não tem data marcada. A previsão é que ocorra ainda neste primeiro semestre de 2022.
Educação
Os senadores aprovaram ainda requerimentos de convite de autoria do senador Jean Paul e do senador Randolfe Rodrigues, para que o ministro da educação Milton Ribeiro esclareça as denúncias da pasta. O ministro comparecerá à reunião na próxima quinta-feira (31).
Em áudios divulgados pela imprensa, o chefe da pasta afirmou priorizar os amigos do “pastor Gilmar” no repasse de verbas aos municípios, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O ministro da Educação, que atende pastores amigos de Bolsonaro para intermediar verbas públicas para prefeituras, vai ter que passar a semana preparando-se para dar explicações ao Senado”, afirmou o senador potiguar. “O ministro disse que denunciou os pastores à CGU e mesmo assim continuou recebendo eles para não despertar qualquer desconfiança. Melhor arrumar desculpa melhor que essa. Vamos esclarecer mais esse gabinete paralelo de Bolsonaro e as mamatas que ele criou“, completou.
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