Na madrugada desta sexta-feira (11), um novo carregamento com mais de 200 toneladas de armas militares enviadas pelos Estados Unidos chegou em Kiev, capital da Ucrânia.
A remessa faz parte de um pacote de US$ 200 milhões em assistência de segurança de Washington para impedir a Rússia de seus supostos planos de “invadir” a Ucrânia.
O ministro da Defesa ucraniano, Alexei Reznikov, detalhou através de sua conta no Twitter que a entrega de 220 toneladas incluiu granadas, mísseis antitanque Javelin e munições, elevando o total de armas fornecidas para mais de 1.300 toneladas.
Na semana passada, os EUA assinaram um memorando de entendimento com o Reino Unido, Canadá, Suíça e Suécia para lançar um Fundo de Parceria “Ucrânia Resiliente”.
Os EUA e vários países ocidentais têm feito remessas maciças de armas para Kiev, em meio a rumores sobre os supostos planos da Rússia de “invadir” a Ucrânia. Por outro lado, Moscou tem repetidamente rotulado tais acusações como “falsas e infundadas”. A este respeito, o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, declarou que tais declarações procuram retratar a Rússia como um país que ameaça a resolução do conflito na região ucraniana de Donbass, e alertou que podem ser uma “camuflagem” para potenciais ataques agressivos de Kiev, destinados a resolver a situação pela força.
Enquanto isso, o Wall Street Journal informou esta semana que o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, considera improvável uma “invasão” de seu país pela Rússia, apesar das advertências de seu colega americano Joe Biden.
EUA recomendam que todos os americanos na Ucrânia “saiam do país imediatamente”
O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse hoje que Washington recomenda que “todos os cidadãos americanos que permaneçam na Ucrânia deixem o país imediatamente”.
“Queremos ser muito claros: qualquer americano deve sair o mais rápido possível e nas próximas 24 ou 48 horas”, enfatizou o alto funcionário durante uma entrevista coletiva. “Obviamente, não podemos prever o futuro. Não sabemos exatamente o que vai acontecer, mas o risco agora é alto o suficiente e a ameaça agora é imediata o suficiente”, acrescentou.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voltou a acusar a Rússia de poder fazer um ataque à Ucrânia a qualquer momento durante uma entrevista à emissora “NBC” na noite desta quinta-feira (10). Por isso, pediu que os cidadãos norte-americanos deixem Kiev o quanto antes.
“Os cidadãos devem partir agora. Não é como ter que enfrentar uma organização terrorista, precisamos lidar com um dos maiores exércitos do mundo, seria uma guerra mundial. É uma situação muito diferente e as coisas podem piorar rapidamente”, disse Biden ao ser questionado sobre qual plano de evacuação poderia ser colocado em prática.
Segundo o chefe da Casa Branca, “quando norte-americanos e russos começam a atirar uns nos outros, entramos em um mundo muito diferente do que conhecemos”. “Porém, se [Vladimir] Putin está convicto em proceder, ele é muito inteligente para não fazer nada que tenha um impacto negativo contra os cidadãos norte-americanos”, pontuou ainda.
Pouco depois das declarações do presidente, o Departamento de Estado reiterou as acusações de Biden e disse que uma “invasão russa pode acontecer a qualquer momento”.
Por sua vez, a União Europeia informou nesta sexta-feira “que está mantendo as atividades normais na Ucrânia” e que não há ainda recomendações para deixar o país. De acordo com um dos porta-vozes, o bloco está “obviamente” preocupado com a situação e “está fazendo todo o possível para reduzir as tensões e encontrar uma solução diplomática”, além de um “monitoramento muito próximo”.
Também questionado sobre a situação ucraniana, o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, destacou que o país acredita que a “situação é muito, muito séria” e que segue monitorando.
“Precisamos continuar a trabalhar na frente dos diálogos diplomáticos, mas também ter posicionamentos claros […] para evitar uma guerra na Europa”, pontuou.
Do Portal N10 com informações da Agência ANSA
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