As chuvas que atingem o Tocantins há semanas continuam causando estragos em várias cidades do estado, colocando moradores e autoridades públicas em alerta. A quantidade de água fez com que os rios subissem, inundando e obrigando as famílias a abandonarem suas casas.
Segundo o Corpo de Bombeiros, até o meio-dia desta segunda-feira (3), são 340 pessoas desabrigadas, que precisaram ir para abrigos comunitários porque não têm para onde ir. Além disso, 114 pessoas desalojadas tiveram que ir para residências de parentes, amigos ou vizinhos.
Dos 139 municípios do estado, 35 foram gravemente afetados e são monitorados por órgãos estaduais, que fazem parte de uma força-tarefa formada no dia 29 para definir o “estratégias de enfrentamento aos impactos sociais e econômicos ocasionados pelas chuvas torrenciais, bem como pelas cheias fluviais em áreas rurais e urbanas de municípios tocantinenses”.
Um dos municípios mais atingidos pelas enchentes é São Miguel do Tocantins, na divisa com o Maranhão, cerca de 600 quilômetros ao norte da capital Palmas. Na cidade, o rio Tocantins estava mais alto do que o normal e pelo menos 55 famílias haviam sido desalojadas na noite anterior.
“Estamos auxiliando as famílias desde antes do Natal, dando o suporte e colocando à disposição equipes da prefeitura”, explicou o prefeito Alberto Moreira em nota à imprensa.
Em todo o estado, bombeiros, agentes das defesas civis estadual e municipais, equipes militares e voluntários estão percorrendo as áreas mais atingidas pela força das águas, ajudando moradores isolados. “Temos empregado nossos recursos e pessoal para melhor gestão do cenário e estamos monitorando esses 35 municípios afetados”, garantiu o coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Carlos Eduardo de Souza Farias..
No último dia 27, o governador Wanderlei Barbosa determinou que cestas básicas fossem distribuídas às famílias atingidas que precisavam de alimentos e outras necessidades. Barbosa também ordenou que a Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto) atue no reparo das estradas danificadas o mais rápido possível.
Situação de emergência em Teresina
A prefeitura de Teresina declarou situação de emergência devido aos danos causados pelas fortes chuvas dos últimos dias. De acordo com a Defesa Civil municipal, 17 mil pessoas vivem em áreas onde a elevação do nível das águas dos rios Parnaíba e Poti apresenta risco de enchentes.
“Além de adotarmos uma série de medidas de assistência a essas famílias, estamos decretando situação de emergência na cidade, para podermos atuar com mais rapidez no atendimento às vítimas de enchentes”, informou o prefeito José Pessoa Leal, ontem (2).
Meteorologia
Segundo o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Olívio Bahia Neto, choveu mais na capital piauiense de sexta-feira (31) às 9h de hoje (3) do que o volume esperado para todo o mês de janeiro, de 199,6 milímetros (mm) contra 196,8 mm.
Ainda segundo Neto, continuará chovendo na região, embora com menor intensidade, pelo menos até a próxima sexta-feira (7). Além da alta umidade e altas temperaturas, uma área de alta pressão potencializa as chuvas que se estendem por uma grande área que vai do leste do Pará ao litoral cearense.
Nível das águas
Em nota, o governo piauiense anunciou que devido às chuvas de verão, os níveis das águas dos rios que banham Teresina e outros municípios do Piauí foram elevados, mas que, até o momento “a situação está controlada”.
Técnicos da secretaria estadual da Defesa Civil (Sedec) fazem o monitoramento dos principais rios, além de manter contato com as prefeituras. Ainda de acordo com o governo do estado, a expectativa do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) é que o nível do rio Parnaíba se estabilize próximo a Teresina, não ultrapassando a cota de alerta.
De acordo com boletim enviado pela CPRM nesta segunda-feira, o nível das águas do rio Parnaíba, em Floriano, está acima da cota de alerta para a capital.
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