Em 2013, 47,5% das empresas que haviam nascido em 2009 ainda estavam ativas no mercado, ou seja, quatro anos após o nascimento, mais da metade (52,5%) das empresas não sobreviveu. A taxa de saída (relação entre o número de saída de empresas e o total) recuou 2,8 pontos percentuais em relação a 2012, passando de 17,4% para 14,6%. No ano, 695,7 mil empresas saíram do mercado. Por outro lado, a taxa de entrada das empresas no mercado (relação entre o número de entrada de empresas e o total), em 2013, foi de 18,3%, revelando um impacto significativo das entradas no estoque de empresas (871,7 mil empresas a mais). A taxa de sobrevivência (relação entre o número de empresas sobreviventes e o total) foi de 81,7% (3,9 milhões). Com isso, na comparação com 2012, houve um crescimento de 3,8% (176,2 mil) no total de empresas ativas no Brasil. O total de ocupações assalariadas cresceu 3,3% (1,1 milhão) de 2012 para 2013, e as empresas que entraram foram responsáveis por 887,7 mil novas vagas, sendo que 30,3% (268,6 mil) destas foram criadas no comércio.
Do total de empresas ativas em 2013 (4,8 milhões), 0,7% (33,4 mil) eram de alto crescimento, pois apresentaram aumento médio do pessoal ocupado assalariado maior a 20% ao ano, por um período de três anos, tendo pelo menos 10 pessoas assalariadas no ano inicial de observação. Essas empresas ocuparam 14,2% (5,0 milhões) do pessoal assalariado, sendo que a atividade construção foi a que apresentou maior proporção de assalariados em empresas de alto crescimento (28,1%).
Esses são alguns dos resultados do estudo Demografia das Empresas 2013, que, com base nas informações do Cadastro Central de Empresas – CEMPRE, permite analisar a dinâmica empresarial através de indicadores de entrada, saída, reentrada e sobrevivência das empresas no mercado, pessoal ocupado assalariado, estatísticas das empresas de alto crescimento e gazelas (empresas de alto crescimento com até oito anos de idade no ano de referência) além de indicadores relativos às unidades locais das empresas e atividades.
Mais da metade das empresas (52,5%) saem do mercado após o quarto ano de atividade
Do total de 694,5 mil empresas que nasceram em 2009, 536,6 mil (77,3%) permaneceram ativas em 2010, 452,5 mil (65,2%) sobreviveram até 2011, 387,4 mil até 2012 (55,8%) e 329,9 mil (47,5%) continuaram no mercado até 2013. Ou seja, após quatro anos da entrada no mercado, mais da metade das empresas não sobreviveram. Observou-se também uma relação direta com o porte: após quatro anos da entrada no mercado, a sobrevivência das empresas sem pessoal ocupado assalariado foi de 40,9%, enquanto na faixa de 1 a 9 foi de 69,1% e de 10 ou mais foi de 76,7%. Empresas maiores tendem a apresentar taxas mais altas de sobrevivência. Nas faixas menores existem grandes movimentos de entrada e saída e consequentemente taxas mais baixas de sobrevivência.
Nesse período, as seções de atividades que apresentaram as mais altas taxas de sobrevivência foram saúde humana e serviços sociais (61,6%), atividades imobiliárias (58,9%) e atividades profissionais, científicas e técnicas (54,9%).
Taxa de saída das empresas cai 2,8 pontos percentuais em 2013
Em 2013, 695,7 mil empresas saíram do mercado, o que representa uma taxa de saída de 14,6%, em um universo de 4,8 milhões empresas ativas. Essa taxa caiu 2,8 p.p. em relação a 2012 (17,4%), quando 799,4 mil empresas, em um universo de 4,6 milhões, deixaram de ser ativas. Paralelamente, a taxa de entrada se manteve estável, passando de 18,7% (860,0 mil) em 2012 para 18,3% (871,7 mil) em 2013. Com isso, o saldo no total de empresas ficou positivo, registrando um acréscimo de 3,8% no número de empresas (176,2 mil empresas a mais).
o tipo de evento demográfico e respectivas taxas – Brasil – 2008-2013
Tipo de evento demográfico | Número de empresas | |||||
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2008 | 2009 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | |
Total | 4.077.662 | 4.268.930 | 4.530.583 | 4.538.347 | 4.598.919 | 4.775.098 |
Sobreviventes | 3.188.176 | 3.322.254 | 3.531.460 | 3.666.543 | 3.738.927 | 3.903.435 |
Taxa de sobrevivência | 78,2 | 77,8 | 77,9 | 80,8 | 81,3 | 81,7 |
Entrada | 889.486 | 946.676 | 999.123 | 871.804 | 859.992 | 871.663 |
Taxa de entrada | 21,8 | 22,2 | 22,1 | 19,2 | 18,7 | 18,3 |
Saída | 719.915 | 755.154 | 736.428 | 864.035 | 799.419 | 695.748 |
Taxa de saída | 17,7 | 17,7 | 16,3 | 19,0 | 17,4 | 14,6 |
Tipo de evento demográfico | Pessoal ocupado assalariado | |||||
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2008 | 2009 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | |
Total | 26.978.086 | 28.238.708 | 30.821.123 | 32.706.200 | 33.915.323 | 35.050.524 |
Sobreviventes | 26.160.232 | 27.373.575 | 29.797.370 | 31.726.069 | 32.964.847 | 34.162.830 |
Taxa de sobrevivência | 97,0 | 96,9 | 96,7 | 97,0 | 97,2 | 97,5 |
Entrada | 817.854 | 865.133 | 1.023.753 | 980.131 | 950.476 | 887.694 |
Taxa de entrada | 3,0 | 3,1 | 3,3 | 3,0 | 2,8 | 2,5 |
Saída | 414.908 | 452.208 | 363.848 | 410.407 | 453.082 | 524.159 |
Taxa de saída | 1,5 | 1,6 | 1,2 | 1,3 | 1,3 | 1,5 |
Empresas, Cadastros e Classificações, Cadastro Central de Empresas 2005-2013.
Por atividade, todas as seções de atividades, com exceção de Eletricidade e gás apresentaram queda nas taxas de saída de empresas do mercado. As maiores reduções foram verificadas nas seções outras atividades de serviços (9,0 p.p.) e alojamento e alimentação (4,3 p.p.).
Entre 2012 e 2013, o total de ocupações assalariadas cresceu 3,3% (1,1 milhão). As empresas que entraram em atividade em 2013 trouxeram 887,7 mil pessoas assalariadas (2,5% do total) ao mercado. Na comparação com 2012, apesar de o número de entradas ter sido 1,4% superior, elas representaram um acréscimo 6,6% inferior no pessoal ocupado assalariado. Já as empresas que saíram do mercado levaram 524,2 mil assalariados (1,5% do total), uma perda 15,7% superior em relação a 2012, apesar da queda de 13,0% no número de saídas. As empresas sobreviventes ocupavam 97,5% (34,2 milhões) dos assalariados.
Comércio tem o maior ganho absoluto de pessoal assalariado
Do total de 887,7 mil de pessoal assalariado gerado pelas empresas que entraram em atividade em 2013, 268,6 mil postos (30,3%) foram criados no comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas; 150,7 mil (17%) na construção e 111,5 mil (12,6%) nas indústrias de transformação. Já em relação ao total de 524,2 mil de pessoal assalariado das empresas que saíram do mercado, 162,5 mil (31,0%) estavam no comércio; 142,2 mil (27,1%) nas indústrias de transformação e 60,3 mil (11,5%) na construção.
O comércio foi a atividade com maior ganho absoluto no pessoal ocupado assalariado, com um saldo de 106,1 mil postos entre 2012 e 2013. Foi também a atividade que mais se destacou em relação ao número de empresas que entraram (364,7 mil), saíram (328,8 mil) e sobreviveram (1,8 milhões), representando, respectivamente, 41,8%, 47,3% e 48,1% do total das empresas para cada movimento.
Construção foi a atividade que apresentou maior taxa de entrada em 2013: 26,4%. Já a atividade que apresentou maior taxa de saída foi eletricidade e gás, com o equivalente a 19,1% das empresas do setor deixando o mercado. A atividade com maior proporção de empresas permanecendo ativas foi indústrias de transformação, com taxa de sobrevivência de 85,5%.
Maiores taxas de entrada e de saída estão no Norte, Nordeste e Centro-Oeste
As 4,6 milhões de empresas ativas, em 2013, tinham 5,2 milhões de unidades locais ativas, das quais 50,9% estavam localizadas na região Sudeste; 21,9%, na região Sul; 15,5%, no Nordeste; 8,0%, no Centro-Oeste; e 3,7%, na região Norte. Do total de unidades locais, 4,2 milhões eram sobreviventes em relação a 2012 (81,7%), 951,6 mil (18,3%) foram entradas e as saídas totalizaram 756,2 mil (14,6%) unidades.
As regiões Sul e Sudeste apresentaram as maiores taxas de sobrevivência, 83,4% e 82,4%, respectivamente, acima da média nacional (81,7%). Em contrapartida, as maiores taxas de entrada e saída foram observadas nas regiões Norte (24,3% e 18,1%), Nordeste (20,7% e 15,9%) e Centro-Oeste (20,6% e 15,2%), assim como as menores taxas de sobrevivência: 75,7%, 79,3% e 79,4%, respectivamente.
As regiões Sudeste e Nordeste apresentaram os maiores percentuais de pessoal assalariado pela criação de novas empresas, representando 49,5% e 19,8%, respectivamente, do pessoal ocupado assalariado vinculado às entradas no mercado em 2013.
28,1% dos assalariados na construção estão em empresas de alto crescimento
Em 2013, havia 33.374 empresas de alto crescimento, o equivalente a 0,7% do total de empresas ativas e 7,0% das empresas ativas com 10 ou mais pessoas ocupadas. As maiores proporções de empresas de alto crescimento, por atividade, estavam em atividades administrativas e serviços complementares (11,1%), construção (10,5%) e em água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (10,4%). Já as seções alojamento e alimentação (4,0%); artes, cultura, esporte e recreação; e comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (ambas com 5,5%) registraram as menores proporções.
As empresas de alto crescimento ocuparam 5,0 milhões de assalariados, que representam 14,2% dos salários e outras remunerações e 17,2% dos assalariados nas empresas com 10 ou mais pessoas. A atividade construção foi a que apresentou maior proporção de assalariados em empresas de alto crescimento (28,1%), seguida por atividades administrativas e serviços complementares (26,2%) e informação e comunicação (21,4%). Por outro lado, eletricidade e gás (2,2%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (7,2%) e educação (10,7%) registraram as menores participações.
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