O Governo sofreu na última semana sua primeira grande derrota na Câmara de Deputados, a derrubada de mudanças feitas por decreto presidencial de Lula no Marco Legal do Saneamento. O episódio pode estar relacionado com um novo posicionamento do presidente neste terceiro mandato em comparação com suas ações nas gestões anteriores.
De acordo com os antigos aliados do presidente Lula, ele adotou uma postura diferente quanto a sua maneira de se posicionar politicamente, o que tem gerado dificuldades de encontrar uma base mais sólida para o Congresso Nacional. Um Lula mais institucional e até introspectivo tem se afastados de alguns hábitos que o aproximavam de sua base antiga política.
Em seus últimos governos, Lula tinha hábito de almoçar com líderes partidários, reunir ministros para churrascos, futebol e outros momentos informais. Com isto, ele conseguia configurar facilmente um cenário mais favorável a sua forte persuasão, criando um clima ”amigável”.
Neste mesmo “clima”, por vezes durante seus primeiros oito anos como presidente, Lula costumava receber constantemente representantes dos setores financeiros para realizar reuniões.
Entretanto, pelo que parece, as coisas seguirão por um novo caminho. O auxiliar do Presidente chegou a contar que atualmente o ele prefere exercer as funções do seu cargo de um modo institucional.
No entanto, dentre todos os outros nomes que costumavam ter contato com o presidente, apenas Abílio Diniz – do setor varejista – esteve em uma reunião com ele, em fevereiro deste ano.
Mudanças comportamentais do presidente e projetos futuros
Mais reservado, Lula tem almoçado com sua esposa, a socióloga, Rosângela Lula da Silva (Janja), que tem tido um papel mais atuante e contribuído nos bastidores com algumas avaliações de integrantes do governo.
Neste sábado (06), durante a coroação do rei Charles, em uma coletiva de imprensa na Inglaterra, Lula afirmou o grande volume de ideias novas que os ministros dão a todo momento, poderiam atrapalhar a praticidade que o governo precisa ter.
O presidente também revelou que todos os projetos que envolvem investimentos em infraestrutura e educação serão lançados até o final deste mês. Sendo assim, a partir da nova maneira de agir no governo, a principal função dos ministros seria a de trabalhar para colocar os projetos em prática: ”[…] os ministros têm que trabalhar para executar o que nós já decidimos”, pontuou o chefe do executivo.
Lula ainda concluiu: ”Porque senão, todo mundo tem uma ideia todo dia e essa ideia não é colocada em prática. E o governo tem que ser menos teórico e mais prático, porque é isso que o povo deseja”.
Reuniões com partidos políticos
Na tarde desta segunda (08), o ministro Alexandre Padilha afirmou que o petista deseja que ele agende reuniões com os partidos que comandam os ministérios. De acordo com ele, os primeiros partidos que entrarão em contato, serão o PSB e PSD.
”O presidente Lula, delegou a responsabilidade. E a tarefa, como coordenador político do governo, nesta semana, é de fazer reuniões dos ministros que foram indicados pelos partidos junto com líderes para discutirmos ação na Câmara”, esclareceu.
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