O Conversa com BIal desta quarta-feira, dia 26/07, entrevista Artur Xexéo e Patrícia Kogut par falar do ícone da televisão brasileira, Hebe Camargo.
Autenticidade é a palavra que melhor descreve Hebe Camargo, precursora e um dos maiores nomes da televisão brasileira. Com 60 anos de história só nas telinhas, a diva era reconhecida por ser boa de garfo, boa de copo, apaixonada por artigos de luxo e por ter talento e individualidade inquestionáveis como entrevistadora. Características que contribuíram para eternizá-la após sua morte, em 2012, aos 83 anos, em decorrência de um câncer. Nesta quarta-feira, dia 26, o ‘Conversa com Bial’ relembra a profissional e a mulher que Hebe foi até seus últimos dias. “Para falar dessas duas senhoras irresistíveis – Hebe Camargo e a televisão brasileira – vamos receber seus biógrafos, Artur Xexéo e Patrícia Kogut”, diz Pedro Bial. O programa conta, ainda, com Marcello Camargo, filho da apresentadora.
Além de ser comentarista da GloboNews, o jornalista Artur Xexéo já foi jurado do ‘Domingão do Faustão’ e apresentador da transmissão da cerimônia do ‘Oscar’, mas é Hebe Camargo que faz seus olhos brilharem ao compartilhar com Bial suas memórias na televisão. “Sou da primeira geração da qual a TV foi babá eletrônica, e a Hebe era uma atração. Então ela exerce algo em mim desde criança. A televisão é pouco registrada em livro, e por isso tenho vontade de escrever sobre”, explica. Seu novo livro, “Hebe – A Biografia”, foi lançado em maio deste ano, e prova o amor e o conhecimento de Xexéo sobre a artista. O processo de escrita durou um ano e meio e o jornalista garante que contou com uma ajuda especial. “Acredito que o biografado fica por perto, orienta um pouco, mostra os caminhos. Me senti encaminhado pela Hebe”, afirma.
Segundo Xexéo, a apresentadora tinha uma vocação genuína para receber seus entrevistados. Era capaz de deixar o “cientista mais tímido à vontade” e ainda prender o público em frente à TV. “Ela tinha uma coisa fundamental em qualquer entrevistador: uma curiosidade natural, muito espontânea e verdadeira, e o espectador se identificava”, analisa. “A Hebe gostava de se enfeitar, de ir ao cabelereiro, de jóias e roupas de grife, mas nunca foi alienada. Era bem informada e participante. Tinha um comportamento avançado para uma jovem de sua época. Profissionalmente, também tinha um comportamento avançado, porque não era normal uma mulher ser apresentadora e entrevistadora naquele tempo”, diz.
A grandeza da apresentadora também chamou a atenção de Patrícia Kogut. A jornalista, que lançou recentemente a obra “101 atrações de TV que sintonizaram o Brasil”, dedicou algumas páginas de seu livro para registrar o que Hebe Camargo representou na arte televisiva. “Eu não poderia deixar de falar sobre a presença e as contradições dela – o fato de Hebe representar uma mulher comum, mesmo sendo uma diva”, comenta. “Procurei ser mais telespectadora do que repórter, porque é um livro que foi feito com o coração. Busquei impressões e sentimentos”, diz.
Com o mesmo sorriso característico da mãe, elogiado por Pedro Bial, Marcello Camargo relembra os sentimentos que compartilhou com a apresentadora. “Quando eu era pequeno, ela fazia programa na rádio e usava gravadores antigos. Gravava no quarto, em cima da cama mesmo, e eu ficava com ela. Eu pedia para dar ‘bom dia’ aos ouvintes e ela deixava”, relembra. Filho único de Hebe, Marcello diz que a mãe nunca se sentiu sozinha e ainda recorda seus últimos momentos. “Ela tinha um amor tão grande pelo público e considerava tão prazeroso fazer o programa, que nunca vi solidão nela. Hebe tinha um amor imenso por viver, mas viveu a angústia quando ficou doente e não podia comandar o programa”, conta. “Ela queria estar ali e fazer o que mais amava na vida”.
Você pode conferir o programa logo após o “Jornal da Globo”, a partir das 23h45, na Rede Globo.
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