Nesta segunda-feira (08), o Rock Brasileiro perdeu uma de suas estrelas mais icônicas. A cantora, compositora, escritora, atriz e multi-instrumentista, Rita Lee, faleceu aos 75 anos de idade. A informação foi confirmada pela família da cantora em comunicado nas redes sociais da artista, na manhã desta terça-feira (09).
Rita estava enfrentando um câncer de pulmão desde o ano de 2021 e desde então estava realizando tratamento.
O velório, que será aberto ao público, acontecerá amanhã (10) no Planetário do Parque Ibirapuera, das 10 às 17 horas.
Início da carreira de Rita Lee
Além disso, surpreendentemente, Rita começou no mundo da música com 16 anos, no ano de 1963, quando formou seu primeiro trio musical feminino junto de mais duas amigas, o ”Teenage Singers”.
Com uma voz inconfundível, a diva possui 55 milhões de discos vendidos ao longo de toda a sua carreira. Rita é intitulada por seus fãs como rainha do rock, no entanto, a artista não gostava muito do título.
Isto porque, em entrevista para a revista Rolling Stones em dezembro do ano passado, Rita Lee contou que o termo soava cafona. Com isso, a artista preferia então ser chamada de ”Padroeira da Liberdade”.
Além disso, no meio da entrevista Rita soltou esta frase, sem filtro algum:
”Se for para reencarnar novamente aqui na Terra, vou querer ser mulher. Caso contrário, vou nascer hermafrodita num lugar onde não haja preconceito, nem políticos escrotos. ”, afirmou.
Profecia em autobiografia
Antes de falecer Rita já havia deixado sua segunda obra pronta. Seu livro ”Outra Autobiografia”, que aborda todo o processo de tratamento do câncer da cantora, será lançado no dia 22 de maio.
Ademais, em uma profecia que Rita colocou no livro, a cantora discorreu sobre algumas coisas que esperava que acontecessem após o dia de sua morte:
”Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída.” , disse ela.
Além disso, de uma maneira bem humorada, disse que nenhum político teria coragem de ir ao seu velório, visto que ela nunca compareceu a ”nenhum palanque” deles. Sendo assim, caso ousassem aparecer, Rita levantaria rapidamente do caixão para vaiá-los.
Rita Lee e seu ativismo em causas sociais
Rita Lee era ativista na causa animal e também no movimento LGBTQIAP+.
Dentro da causa animal, publicou o livro ”Amiga Ursa”. O livro fala sobre a ursa mais triste do mundo, a Rowena, que foi resgatada no Piauí.
Logo em seguida, a cantora conheceu a ursa quando esta foi transferida para o Rancho dos Gnomos na cidade de Cotia, no estado de São Paulo.
Já na causa LGBTQIA+, Rita mostrou ao público um beijo gay em seu clipe ”Obrigado Não”, do ano de 1997. O intuito foi justamente criticar a prefeitura do Rio de Janeiro, que naquela época havia tentado recolher um HQ presente na Bienal por conta de um beijo entre dois homens.
Rita Lee era feminista?
Apesar de não ter se intitulado como feminista, Rita foi uma figura indiretamente importante para o movimento, uma vez que não abaixava a cabeça para o modelo do patriarcado – ou seja, a sobreposição do poder dos homens em relação a mulheres – que existe na sociedade.
Afirmando que nunca carregou bandeira feminista, em uma entrevista para o portal Hysteria no ano de 2017, Rita disse que ela era a única menina roqueira no meio de um clube de meninos.
Segundo ela, o único mantra para fazer rock seria ”ter culhão”: ”Eu fui lá com meu útero e meus ovários – e me senti uma igual, gostassem eles ou não. Sou do tempo em que o feminismo era queimar sutiã no meio da rua, e eu nunca tive peito suficiente para sequer usar sutiã.” Completando então, disse: ”Talvez eu seja uma feminista gauche”.
Por fim, só tenho uma coisa para dizer: Rita deixou seu legado no mundo da música, principalmente dentro do rock brasileiro. Além disso, com toda certeza ela jamais será esquecida continuará como uma grande referência para as gerações que estão por vir!
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