Terra registra o verão mais quente da história: ‘colapso climático’
De acordo com os dados recentes do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) da União Europeia, a Terra acaba de vivenciar seus três meses mais quentes já registrados. As temperaturas globais da superfície do mar estão atingindo níveis inéditos pelo terceiro mês consecutivo, e a extensão do gelo marinho na Antártica continua em mínimas recordes para esta época do ano.
Agosto de 2023 não foi apenas quente; foi o agosto mais quente já registrado. Atingindo cerca de 1,5°C acima da média pré-industrial de 1850-1900, ele fica em segundo lugar apenas após julho de 2023 como o mês mais quente já documentado. Neste cenário, torna-se impossível não questionar: como chegamos a esse ponto crítico?
Embora o Ártico tenha mantido uma extensão de gelo 10% abaixo da média, é a Antártica que está causando maior preocupação. Com uma extensão de gelo 12% abaixo da média, a região polar sul vive o maior déficit de gelo já registrado para agosto desde o início das observações por satélite no final dos anos 1970.
El Niño
O El Niño, fenômeno climático natural, foi oficialmente declarado pela Organização Meteorológica Mundial (WMO) em julho. Este evento normalmente leva a temperaturas mais altas em várias partes do mundo e está atuando como um catalisador para este aumento extremo de temperatura. No entanto, é fundamental notar que altas temperaturas da superfície do mar fora da bacia equatorial do Pacífico também estão desempenhando um papel significativo.
António Guterres, Secretário-Geral da ONU, afirmou que “não temos um momento a perder” quando se trata de ações climáticas. Líderes globais estão sendo instados a agir imediatamente para evitar um futuro ainda mais sombrio.
O aquecimento dos Oceanos: um sinal de alerta
Com médias de temperatura da superfície do mar consistentemente elevadas nos últimos cinco meses, especialistas estão soando os alarmes. Essas temperaturas são um indicador crucial da saúde geral do nosso planeta e desempenham um papel vital no clima global.
O Atlântico Norte experimentou um aumento na atividade de ciclones em agosto, com a energia acumulada de ciclones (ACE) atingindo 138% da média para a data. O aquecimento das águas tropicais do Atlântico está contribuindo para esta atividade intensificada, uma tendência preocupante que pode piorar com o tempo.
Ondas de calor marinhas: um novo normal?
Vários lugares ao redor do mundo estão vivenciando ondas de calor marinhas de categorias variadas, de moderadas a extremas. As áreas afetadas vão desde o Atlântico ao largo da Península Ibérica até o Oceano Índico e a região do Pacífico tropical. Isso tem implicações não só para a vida marinha mas também para os padrões climáticos globais.
Um relatório conjunto de maio da WMO e do Met Office do Reino Unido previu que há 98% de probabilidade de pelo menos um dos próximos cinco anos ser o mais quente já registrado. Isso sugere que as condições atuais não são uma anomalia, mas sim um sinal preocupante do que está por vir.