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Google baniu jogo ‘simulador de escravidão’

O jogo tinha como proposta fazer a simulação de um proprietário de escravos. O deputado Orlando Silva do PCdoB informou nas redes sociais que entrará com uma representação no Ministério Público por crime de racismo.

Durante essa semana com várias polêmicas envolvendo o racismo, como o caso do jogador de futebol Vini Jr., o Google manteve até esta quarta-feira (24), um jogo de nome ‘Simulador de Escravidão‘ em sua loja de aplicativo. Trata-se de um game que permite a simulação de pessoas negras sendo castigadas durante as partidas. O aplicativo foi banido esta tarde. 

Esse jogo tem como proposta que o usuário se transforme em um proprietário fictício de escravos. Na prática, o jogador pode escolher duas modalidades: a tirana ou a libertadora. Dessa forma, na tirana, é possível gerar lucros e impedir fugas e rebeliões. Já na libertadora, a proposta seria lutar pela liberdade e conquistar a abolição. 

Ademais, o jogo permite agressões e torturas ao “escravo”. A empresa responsável pelo desenvolvimento desse jogo foi a Magnus Games e contava com mais de mil downloads e 70 avaliações. Havia comentários de usuários com reclamações sobre ter poucas opções de agressão.

A Magnus produtora do game informou na plataforma que o “jogo foi criado para fins de entretenimento” e que considera a escravidão no mundo real algo condenável. Ainda é possível encontrar o jogo no sistema de aplicativos do Google. No entanto, os usuários não conseguem baixar. Além disso, as pessoas que já têm um aplicativo no smartphone conseguem continuar jogando.

Mobilização dos políticos para tirarem o jogo do ar

Esse jogo ficou disponível na loja de aplicativos do Google desde o começo desta semana. No entanto, a dinâmica começou a viralizar nas redes sociais somente a partir desta quarta-feira (24). 

Com toda a repercussão, o deputado Orlando Silva do PCdoB de São Paulo, afirmou que pretende entrar com uma representação no Ministério Público, acusando-o de crime de racismo.

Entraremos com representação no Ministério Público por crime de RACISMO e levaremos o caso até às últimas consequências, de preferência à prisão dos responsáveis“, digitou o deputado no Twitter.

A própria existência de algo tão bizarro à disposição nas plataformas mostra a URGÊNCIA de regulação do ambiente digital“. 

Críticas ao Google 

Além disso, o Google tem sido bastante criticado depois de sua investida contra o Projeto de Lei 2630/2020, também chamado de Projeto de Lei das Fake News. 

Aliás, o deputado federal Orlando Silva também é relator do PL das Fake News. Sua meta é regular os espaços públicos digitais e a operação das bigtechs no controle das publicações. Ele aproveitou o momento para falar sobre seu projeto. O objetivo é impedir que surjam mais conteúdos e aplicações que sejam contra as leis dos direitos humanos. 

A regulação das plataformas digitais é o imperativo da civilização contra a barbárie”, publicou o deputado em seu Twitter. 

No entanto, o Google também se manifestou através de uma nota para a revista Veja, falando sobre a remoção do aplicativo da loja:

Temos um conjunto robusto de políticas que visam manter os usuários seguros e que devem ser seguidas por todos os desenvolvedores. Quando identificamos uma violação de política, tomamos as ações devidas”. 


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