Justiça

Justiça suspende greve de professores no Rio

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou a suspensão imediata da greve dos professores municipais, que havia começado na segunda-feira (25 de novembro de 2024). A decisão, proferida pelo desembargador Ricardo Rodrigues Cardoso, presidente do TJRJ, atendeu a um pedido da Prefeitura do Rio, que alegou ilegalidade da paralisação por falta de aviso prévio e tentativa de diálogo.

A Prefeitura argumentou, em ação de dissídio coletivo de greve, que “o município informou que não houve aviso prévio em relação ao movimento grevista e nem tentativa de diálogo entre a categoria e a Secretaria Municipal de Educação”. O desembargador considerou que o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) não cumpriu os requisitos legais para uma greve, como o esgotamento das negociações e a notificação prévia de 48 horas. Ele destacou que “Em uma primeira análise, não há comprovação do esgotamento da via negocial e da sua frustração. Pelo contrário, o documento ID. 01, do Anexo 1, demonstra que, no mesmo dia em que houve a convocação da assembleia pelo Sindicato, deliberou-se pelo início imediato e sem termo final do movimento paredista”.

A decisão judicial impõe uma multa de R$ 500 mil ao Sepe-RJ e de R$ 5 mil a cada diretor do sindicato por dia de descumprimento da ordem. Além disso, o TJRJ determinou que a prefeitura desconte dos salários dos professores os dias paralisados considerados ilegais. O desembargador argumentou que “não há dúvida de que as atividades dos servidores da educação são essenciais”, o que limita o direito de greve.

Apesar da decisão judicial, o Sepe-RJ informou, por meio de nota publicada em seu site, que ainda não havia sido notificado oficialmente. A coordenadora geral do Sepe-RJ, Helenita Bezerra, afirmou à Agência Brasil: “A direção não foi notificada. O sindicato não foi notificado até o presente momento, então, não existe esta informação na mesa. Assim que chegar, o departamento jurídico vai se debruçar sobre ela e passar a orientação para a direção”. Bezerra indicou uma tendência da categoria em decidir pela continuidade da greve, apesar da decisão judicial.

O sindicato realizou uma assembleia na manhã do dia 29 de novembro para discutir os próximos passos. Em sua nota, o Sepe-RJ declarou que “foi surpreendida por notícias nos veículos de comunicação de uma suposta decisão judicial que determina o fim da legítima greve dos profissionais de educação da rede municipal do Rio de Janeiro”. O sindicato enfatizou a importância da assembleia para a definição do futuro do movimento grevista, afirmando que “O Sepe-RJ tem por tradição respeitar os seus fóruns democráticos, e a assembleia geral da categoria é o espaço em que se decide os rumos da nossa luta. É em assembleia que decidimos entrar em greve, sua manutenção ou o seu fim”.

A nota do sindicato também expressou repúdio às ações do governo e da justiça, afirmando que a categoria repudia “as diferentes táticas do governo e da Justiça em criminalizar o movimento e proibir o direito de greve: desde descontos salariais, retirada de licenças sindicais, ameaça de punições e decretação da ilegalidade da greve. A Justiça tem lado, e geralmente não é o das trabalhadoras”. A assembleia aconteceu na quadra da escola de samba São Clemente, no centro do Rio de Janeiro.

Entre as reivindicações dos professores, estão o arquivamento do Projeto de Lei 186/2024, que amplia a carga horária e altera direitos como férias e licenças, e a revogação da Lei 8666/2024, que amplia para seis anos os contratos temporários na rede municipal. Uma audiência virtual foi marcada para o dia 11 de dezembro, às 15h, na tentativa de um acordo. A Secretaria Municipal de Educação informou à Agência Brasil que “a rede municipal caminha para o encerramento do ano letivo e seguirá o planejamento normal do calendário escolar, sem alterações”.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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