O Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), condenou nesta terça-feira (09), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por distorcer uma fala e disseminar fake news contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A publicação ocorrida em fevereiro de 2022, tinha como objetivo associar a imagem, do então candidato a presidência, ao “demônio”.
A Corte determinou que o parlamentar deve pagar uma multa de R$ 5.000,00. A grande parte dos ministros aprovaram a representação do PT, que alegou propaganda eleitoral negativa em 2022.
Além de Flávio Bolsonaro, o vereador da cidade de Cascavel, no Paraná, Rômulo Quintino, do PL, também participou da disseminação de notícias falsas. O voto da relatora Maria Cláudia Bucchianeri venceu, pois ela não tinha dado continuidade à ação.
No entanto, contra a relatora, os ministros que votaram foram Alexandre de Moraes, Lewandowski (antes de se aposentar), Carmem Lúcia, Benedito Gonçalves, Sérgio Banhos e Raul Araújo.
O vídeo editado refere-se a um encontro de Lula com lideranças do movimento negro em 2021, em Salvador, Bahia. No entanto, o corte feito no vídeo publicado dava a entender que o então pré-candidato estaria “possuído pelo demônio“.
O vídeo manipulado, apresentou a seguinte frase:
“Eu, ontem, quando cheguei, as mulheres jogaram pipoca em mim e me entregaram um santo. Como é que chama? Me entregaram um Xangô. Tenho relação com o demônio. Eu estou falando com o demônio e o demônio está tomando conta de mim.”
Contudo, na versão original, o presidente falou:
“Eu, ontem, quando eu cheguei, as mulheres no palco jogaram pipoca em mim e me entregaram um santo. Como é que chama? Me entregaram um Xangô, e nas redes sociais do bolsonarismo eles estão dizendo que eu tenho relação com o demônio, que eu estou falando com o demônio e o demônio está tomando conta de mim.”
Quando o Flávio Bolsonaro compartilhou o vídeo falso?
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Flavio Bolsonaro, está entre as pessoas que espalharam notícias falsas na internet, na tentativa de derrotar Lula nas eleições de 2022.
Na época, o senador postou o vídeo tanto no Facebook quanto no Instagram, mas acabou apagando as publicações posteriormente. Na legenda ele dizia:
“Envie este vídeo à sua liderança religiosa e pergunte o que ela pensa disso. A guerra é também espiritual“, escreveu o senador.
Sobre o compartilhamento de notícias falsas
Além disso, a plataforma Crowdtangle, responsável pelo monitoramento, conseguiu encontrar ao menos 99 postagens no Facebook e 25 no Instagram do vídeo falso de Flávio Bolsonaro nas páginas públicas.
O alcance também foi muito grande, isso porque no Facebook as publicações alcançaram 3 mil compartilhamentos. Ressaltando que o monitoramento desta plataforma não inclui os compartilhamentos que os perfis pessoais fazem. Ou seja, o número pode ser mais alto.
Por fim, somente em uma das postagens encontradas pela imprensa no Twitter, esse vídeo contabilizou mais de 23 mil visualizações.
No período de 2022, o presidente Lula foi alvo de notícias falsas, onde pegavam seus vídeos para fazer montagem. Em agosto, por exemplo, a bola da vez foi um vídeo adulterado, com a intenção de dar a entender que Lula estava bêbado em uma entrevista. Já em novembro, um site descontextualizou uma entrevista para afirmar que o presidente não seria candidato às eleições de 2022.
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