O Toyota Corolla Cross XRE, uma variante de médio porte do popular SUV no Brasil, apresenta uma extensa lista de equipamentos de série, destacando-se em vários aspectos positivos. Contudo, o foco deste artigo é investigar os aspectos menos favoráveis do modelo, que são significativos. Entre as preocupações estão a altura em relação ao solo, o desempenho, o espaço interno, a suspensão, o preço e alguns equipamentos que têm gerado debates.
Este modelo é um dos SUVs mais comercializados no mercado nacional. No ano de 2023, o Toyota Corolla Cross XRE alcançou a impressionante marca de 42.077 unidades vendidas. O início de 2024 também foi promissor para o modelo, com 1.604 emplacamentos já registrados em janeiro, superando as vendas do seu irmão sedan, o Corolla, que fechou com 1.316 unidades vendidas no mesmo período. Este desempenho reafirma a popularidade do SUV, mas também ressalta a importância de uma análise aprofundada dos pontos que podem ser melhorados.
Principais tópicos
1. Altura em relação ao solo
Em uma comparação detalhada das especificações de altura em relação ao solo entre os SUVs disponíveis no mercado, o Toyota Corolla Cross XRE apresenta um vão livre de 16,1 centímetros, apenas 1,3 centímetros maior em comparação ao sedã. Este valor é modesto quando comparado aos seus concorrentes diretos no segmento.
O Jeep Compass, por exemplo, ostenta um vão livre de 22,8 centímetros, enquanto o Renault Duster eleva a marca para 23,7 centímetros. Outros veículos como o Citroën C4 Cactus, Jeep Renegade, Mitsubishi Eclipse Cross, Renault Captur e o Chery Tiggo 8 também superam o Corolla Cross neste quesito, com alturas variando entre 21,2 e 22,5 centímetros.
Essa característica do Toyota Corolla Cross XRE pode ser um ponto de atenção para consumidores que valorizam uma maior distância do solo, especialmente em terrenos irregulares ou ao enfrentar obstáculos urbanos como lombadas e valetas profundas. A designação “Cross” no nome do modelo sugere uma capacidade mais robusta para enfrentar tais desafios, porém, sua altura em relação ao solo pode limitar essa percepção e efetividade em condições específicas.
2. Desempenho
Nesse quesito o Toyota Corolla Cross perde para seus principais concorrentes, longe de ser ruim o motor 2.0 flex, é capaz de entregar uma potência de 169/177 cv e um torque de 21,4 kgfm. Esses modelos contam com uma transmissão CVT de 10 marchas. O Volkswagen Taos consegue um rendimento melhor, com um motor 1.4 TSI flex, é capaz de gerar 150 cavalos de potência e 25,5 kgfm de torque, funcionando tanto com etanol quanto com gasolina.
O Jeep Compass é o que se sai melhor, com motor 1.3 Turbo Flex da família GSE. Este propulsor é notável, pois é capaz de produzir uma potência impressionante de 185 cv, além de oferecer um torque máximo substancial de 270 Nm. A aceleração de 0 a 100 km/h o Toyota Corolla Cross XRE é feita em 9,8 segundos, enquanto o Jeep Compass em 9,4 segundos e o Volkswagen Taos faz em 9,3 segundos.
3. Espaço interno
O Toyota Corolla Cross demonstra uma desvantagem notável em termos de espaço interno quando colocado lado a lado com seus concorrentes diretos no segmento. Especificamente, o entre-eixos do Corolla Cross, medindo 2.640 mm, é consideravelmente menor em comparação com o de seus rivais. Este fator é surpreendente, especialmente quando se observa que o sedan da mesma marca, que tem um preço inferior, oferece um entre-eixos mais generoso de 2,70 metros.
Ao olhar mais de perto para os competidores, o Corolla Cross fica atrás do Caoa Tiggo 7 Pro, que ostenta um entre-eixos de 2.670 mm, e do Volkswagen Taos, com 2.680 mm. No entanto, ele supera marginalmente o Jeep Compass, que tem um entre-eixos de 2.636 mm. Apesar dessa ligeira vantagem sobre o Compass, visualmente, o Corolla Cross ainda transmite a impressão de oferecer menos espaço interno, um aspecto que potenciais compradores podem considerar ao fazer sua escolha.
4. Suspensão
Mesmo sendo mais caro, o Toyota Corolla Cross XRE possui uma configuração de suspensão distinta em comparação com o sedã da mesma linha. Enquanto o sedã é equipado com suspensão independente em todas as quatro rodas, o SUV apresenta uma configuração diferente, com suspensão tipo McPherson na dianteira e um eixo rígido na traseira. Esta escolha pode oferecer maior durabilidade, especialmente considerando a tendência do veículo de enfrentar terrenos mais desafiadores. Contudo, essa durabilidade tem um preço: o conforto dos passageiros pode ser afetado.
Usuários do Toyota Corolla Cross XRE relataram ocorrências de ruídos na suspensão, um problema frequentemente observado em veículos desta categoria. Além disso, existem reclamações recorrentes sobre o desempenho dos amortecedores, particularmente em situações onde o veículo passa por lombadas em alta velocidade, resultando em um impacto brusco quando os amortecedores atingem seu limite máximo de compressão.
5. Preço do Toyota Corolla Cross XRE 2024
O Toyota Corolla Cross XRE, cujo preço está estipulado em R$ 177.390,00, tem suscitado debates entre consumidores e especialistas. Este valor, considerado significativo, possibilita comparações interessantes com outras opções de veículos da própria Toyota. Por exemplo, com um investimento semelhante, é possível adquirir as versões Altis Premium e Altis Hybrid do tradicional Corolla sedan. Estas alternativas oferecem vantagens notáveis em termos de espaço interno e capacidade do porta-malas, além de uma suspensão considerada superior.
Além disso, o Toyota Corolla Cross XRE encontra-se em uma faixa de preço competitiva, compartilhando o mercado com modelos como o Jeep Compass e o Volkswagen Taos. Estes veículos, reconhecidos por sua qualidade e desempenho, também oferecem versões dentro deste patamar de preço, acirrando a disputa no segmento de SUVs de luxo.
6. Equipamentos Polêmicos
Freio de estacionamento
O Toyota Corolla Cross XRE tem sido alvo de críticas significativas devido à sua escolha de sistema de freio de estacionamento. Apesar do seu preço de mercado em torno de R$ 180 mil, o veículo adota um mecanismo de freio de estacionamento operado por pedal, localizado próximo ao pé esquerdo do motorista. Esta característica remete a sistemas antigos, semelhante aos utilizados em modelos clássicos como o Ford Galaxie de 1967 e a picape Chevrolet D20 da década de 1980.
Escapamento à mostra
Esse é outro pontos de muito reclamação. Mas a Toyota adotou uma medida inusitada para responder às queixas relacionadas à visibilidade do abafador no SUV. Em uma abordagem considerada por alguns como pouco convencional, a empresa optou por pintar de preto o cano de escapamento exposto, uma decisão que tem sido descrita por críticos como uma solução temporária ou “gambiarra”.