A Mercedes-Benz, em colaboração com o Instituto Ernst Mach (EMI), sediado em Freiburg, Alemanha, conduziu o primeiro crash test do mundo utilizando a tecnologia de Raio-X. O projeto utilizou um acelerador linear de 1 kHz como fonte de radiação, superando em muito os métodos de Raio-X tradicionais. Com uma potência capaz de gerar fótons com energia de até nove mega elétron-volts, o acelerador linear possibilitou a captura de até 1.000 imagens de alta resolução por segundo, sem qualquer desfoque de movimento. Esta frequência de captura é aproximadamente 1.000 vezes maior que a dos procedimentos convencionais de Raio-X.
Durante o crash test, que contou com a presença de um Dummy SID II com anatomia feminina para testes de impacto lateral, foi possível observar com detalhes as deformações internas do veículo e do boneco de teste. Estas imagens, combinadas em vídeo, oferecem uma compreensão aprofundada e extremamente clara dos processos que ocorrem durante uma colisão, desde a compressão do tórax do boneco até a deformação de componentes internos.
Além da inovação tecnológica, o projeto também se destacou pela implementação de um rigoroso conceito de proteção contra radiação, desenvolvido pela EMI. Medidas como o uso de dosímetros para monitoramento e uma infraestrutura reforçada com paredes de concreto e portas de proteção pesadas garantiram a segurança dos técnicos envolvidos, com a operação recebendo aprovação das autoridades governamentais.
Este teste de colisão por Raio-X reforça a filosofia “Real Life Safety” da Mercedes-Benz, que se baseia na realização de testes de colisão e análises de acidentes reais para desenvolver veículos mais seguros. Desde o primeiro crash test realizado pela marca em 1959, a Mercedes-Benz tem liderado o caminho em inovações de segurança veicular, realizando até 900 testes de colisão por ano no seu Centro de Tecnologia de Segurança Veicular.
O primeiro teste de colisão público do mundo com dois veículos totalmente elétricos no outono de 2023 mostrou que a segurança na Mercedes-Benz não é uma questão do sistema de acionamento. Os modelos EQA e EQS SUV colidiram em um cenário de acidente real a uma velocidade de 56 km/h e uma sobreposição de 50%. O teste confirmou o alto nível de proteção dos ocupantes: a célula de passageiros e a bateria de alta voltagem de ambos os veículos permanecem intactas, as portas puderam ser abertas e os sistemas de alta voltagem desligaram automaticamente.
A colaboração entre a Mercedes-Benz e o Instituto Fraunhofer de Dinâmica de Alta Velocidade, EMI, destaca-se não apenas pelo avanço tecnológico, mas também pela aplicação prática desses conhecimentos na melhoria contínua da segurança dos veículos. O Fraunhofer EMI, reconhecido por seu trabalho em física, engenharia e ciência da computação, desempenha um papel importante no desenvolvimento de soluções inovadoras para a indústria automotiva, com foco em confiabilidade, segurança, e sustentabilidade.
Nao é a toa que a Mercedes é a melhor do mundo