A Stellantis dá um passo significativo na indústria automobilística nacional com o início dos testes dos modelos Jeep Compass e Jeep Commander equipados com motor híbrido flex. Estes veículos, que devem ser lançados no mercado brasileiro em 2024, representam a primeira incursão da fabricante em tecnologia híbrida plug-in adaptada para etanol.
Os testes, realizados na BR-101, próximo a Natal, no Rio Grande do Norte, sinalizam uma mudança estratégica da Stellantis, visando a substituição dos atuais veículos a diesel por versões mais sustentáveis e alinhadas com as novas políticas tributárias nacionais.
Os protótipos, inicialmente tratados com as versões Blackhawk, revelam características distintas, indicando a presença da tecnologia Bio-Hybrid plug-in. Esta tecnologia promete não apenas maior eficiência energética, mas também um alinhamento com as demandas ambientais e econômicas atuais. A decisão da Stellantis de começar a eletrificação de seus veículos no Brasil com esta tecnologia reflete uma abordagem inovadora e adaptada às condições e necessidades locais.
Detalhes dos modelos Jeep com motor híbrido flex
Testes no Brasil
Inicialmente, essas imagens geraram especulações sobre serem versões Blackhawk (conforme vídeo do flagra logo abaixo), equipadas com o potente motor 2.0 turbo da Ram Rampage. No entanto, uma análise mais aprofundada revelou uma realidade diferente: esses são os primeiros modelos híbridos nacionais da Stellantis.
Detalhes técnicos reveladores
Os veículos testados apresentam características distintas dos modelos com motor Hurricane 4, previstos para 2024. Por exemplo, o protótipo do Compass possui uma dupla saída de escape à direita, similar à configuração T270 atual, enquanto o Commander exibe uma ponteira de escape mais discreta, divergindo das versões já disponíveis. Esses detalhes sugerem fortemente que ambos os protótipos estavam testando a variante Bio-Hybrid plug-in.
Foco nos testes de clima e bateria
A escolha do Nordeste brasileiro para os testes não é coincidência. A região, conhecida por suas temperaturas elevadas, oferece um ambiente ideal para avaliar o desempenho das baterias e do sistema elétrico em condições climáticas extremas. Esses testes são cruciais para garantir a confiabilidade e a eficiência dos veículos em diversos cenários ambientais.
Preparação para homologação
Esses testes de homologação são etapas fundamentais para a Stellantis, visando iniciar a produção dos veículos híbridos flex em 2024. A fábrica de Goiana, em Pernambuco, será o centro dessa inovação, onde os modelos Jeep Compass e Commander receberão a tecnologia Bio-Hybrid plug-in.
Tecnologia Bio-Hybrid plug-in
A tecnologia Bio-Hybrid plug-in representa um marco importante na indústria automotiva, especialmente para o mercado brasileiro. Essa tecnologia híbrida com recarga externa (PHEV) combina um motor a combustão, adaptado para o etanol, com um motor elétrico, oferecendo uma solução eficiente e ambientalmente amigável. A Stellantis escolheu essa tecnologia para iniciar seu projeto de eletrificação no Brasil, visando substituir gradualmente os veículos a diesel produzidos na fábrica de Goiana.
Impacto da Reforma Tributária
A recente Reforma Tributária no Brasil tem um papel crucial nessa decisão. A nova legislação prorroga incentivos fiscais para fábricas que produzem veículos leves flex até 2032, excluindo, aparentemente, os modelos a diesel. A adoção da tecnologia Bio-Hybrid plug-in alinha-se com essas mudanças, mantendo os benefícios fiscais e atendendo às novas demandas de mercado.
Desafios e Soluções de Mercado
A Stellantis enfrenta desafios com as versões a diesel de Compass e Commander, principalmente devido ao custo elevado do diesel em comparação com a gasolina e o etanol. A tecnologia 4xe flex surge como uma solução inovadora, mantendo a tração nas quatro rodas, característica essencial dos veículos Jeep, e oferecendo uma alternativa mais econômica e sustentável.
Expansão Futura
Além dos modelos Jeep Compass e Commander, a Stellantis planeja eletrificar outros veículos, como as picapes Fiat Toro e Ram Rampage, que atualmente utilizam o motor 2.0 MultiJet turbo diesel. Essa expansão faz parte de uma estratégia mais ampla de eletrificação, abrangendo diferentes segmentos de veículos.
Aspectos dos veículos Compass e Commander 4xe Flex
Os modelos Jeep Compass e Commander 4xe flex são equipados com o motor Bio-Hybrid plug-in, um avanço significativo em termos de desempenho e sustentabilidade. Este sistema combina o motor T270 (1.3 turbo) com um banco de baterias de 11,4 kWh e um motor elétrico traseiro, oferecendo uma experiência de condução potente e eficiente. Com a capacidade de funcionar com etanol, o motor a combustão entrega 180 cv de potência com gasolina e 185 cv com etanol, enquanto o motor elétrico traseiro adiciona 60 cv e 27,5 kgfm de torque.
Potência Combinada e Eficiência
A potência combinada desses veículos alcança aproximadamente 240 cv com gasolina e 245 cv com etanol, com um torque total superior a 50 kgfm. Esta configuração assegura não só uma performance robusta, mas também uma eficiência energética notável. Importante destacar que, apesar do acréscimo do motor elétrico, não é necessário alterar a caixa de câmbio, que continua sendo automática de seis marchas da Aisin.
Tração e Autonomia
Os modelos mantêm a tração nas quatro rodas, uma característica essencial para qualquer Jeep. As baterias de íons de lítio estão localizadas no túnel central, substituindo o eixo cardã das versões 4×4 convencionais, enquanto o motor elétrico ocupa o lugar do diferencial traseiro. No Compass, a autonomia em modo elétrico é de cerca de 30 km, conforme o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro, com uma expectativa de leve redução para o Commander devido ao seu tamanho maior.
Design e Detalhes Externos
Em termos de design, os modelos mantêm a estética refinada e robusta característica da Jeep, com detalhes sutis que indicam sua natureza híbrida. Os protótipos flagrados mostram pequenas variações no design do escape e na disposição dos componentes, ajustes necessários para acomodar a nova configuração híbrida.
Vantagens da tecnologia Híbrida Flex
A introdução dos modelos Jeep Compass e Commander com motorização Bio-Hybrid plug-in representa um avanço significativo no mercado automotivo brasileiro. A combinação de um motor flex com um sistema elétrico oferece uma solução mais sustentável e econômica em comparação aos veículos puramente a combustão. A capacidade de usar etanol, um combustível renovável amplamente disponível no Brasil, adiciona um importante aspecto ecológico, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e diminuindo a emissão de poluentes.
Desempenho e Eficiência
Além dos benefícios ambientais, os modelos híbridos flex prometem um desempenho impressionante, com potência e torque consideráveis. A manutenção da tração nas quatro rodas é um ponto forte, especialmente para os entusiastas da Jeep que valorizam a capacidade off-road. A autonomia em modo elétrico, embora limitada, é adequada para trajetos urbanos curtos, contribuindo para a eficiência energética.
Desafios e Considerações
No entanto, existem desafios a serem considerados. O custo de aquisição de veículos híbridos tende a ser mais elevado em comparação aos modelos convencionais, o que pode limitar sua acessibilidade para alguns consumidores. Além disso, a infraestrutura de recarga ainda está em desenvolvimento no Brasil, o que pode ser um fator limitante para a adoção em massa dessa tecnologia.
Em suma, os modelos Jeep Compass e Commander 4xe flex estão alinhados com as tendências globais de eletrificação e sustentabilidade. Eles representam um equilíbrio entre desempenho, eficiência e responsabilidade ambiental, sendo um passo importante para a indústria automobilística brasileira.