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Liga Brasileira: Entenda as diferenças entre Libra e Forte Futebol

Distribuição de receitas e equilíbrio financeiro são pontos de debate entre as entidades

Nos últimos anos a criação de uma liga de clubes no futebol brasileiro tem sido o foco de intensas discussões e negociações. Entre as principais divergências, a forma como os lucros gerados a partir da criação da Liga Brasileira serão repartidos entre os clubes, é sem dúvida o ponto principal.

Contudo, é importante destacar que essas negociações só serão válidas para 2025 em diante, quando o contrato com o Grupo Globo se encerra. Assim, uma nova instituição passaria a gerir entre outras coisas, os direitos de imagem dos clubes.

Atualmente duas entidades criadas com o objetivo de reunir os clubes e organizar o futebol brasileiro se destacam, A Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e a Liga Forte Futebol (LFF). Assim, cada um desses grupos defende uma abordagem diferente em relação ao equilíbrio financeiro da futura liga. Nesse sentido, vamos a seguir analisando as propostas da Libra e da Forte Futebol.

Libra: Equilíbrio gradual e proteção aos grandes clubes

A Libra, formada por alguns dos considerados grandes clubes do Brasil, se destaca por ter atualmente: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.

Dessa maneira, a proposta da entidade diz respeito a uma transição gradual na distribuição das cotas de televisão. Em sua planilha, a Libra simula diferentes cenários, levando em consideração a receita total do torneio. A ideia é reduzir a discrepância entre os clubes que recebem mais e menos, promovendo um maior equilíbrio financeiro no futuro.

Libra 1

Atualmente, a abordagem adotada protege os maiores clubes, como Corinthians e Flamengo, que possuem as maiores cotas de transmissão. Contudo, a Libra argumenta que, à medida que o faturamento do Campeonato Brasileiro aumentar, esses clubes teriam um crescimento proporcionalmente menor em suas receitas, enquanto os demais clubes compartilhariam mais dos ganhos.

A Libra destaca ainda que essa estratégia de transição não é uma inovação exclusiva, citando o exemplo da Espanha. Na liga espanhola (La Liga), Barcelona e Real Madrid foram protegidos por uma cláusula que garantia que suas cotas não seriam reduzidas por um período de seis anos, caso a receita total do campeonato diminuísse. No entanto, essa cláusula nunca foi acionada, uma vez que a nova distribuição de receitas impulsionou o crescimento financeiro do futebol espanhol como um todo.

Forte Futebol: Equilíbrio imediato e redistribuição igualitária

Em contrapartida, a Forte Futebol é composta por uma ampla variedade de clubes das duas principais divisões do Campeonato Brasileiro, entre eles: ABC, Athletico, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sport, Vila Nova e Tombense.

A princípio, a entidade propõe um equilíbrio imediato nas cotas de televisão. Assim, defendem que todas as equipes devem receber valores semelhantes desde o início, a partir de 2025. O objetivo é reduzir drasticamente a discrepância entre os clubes mais ricos e os menos favorecidos no futebol brasileiro.

Libra

De acordo com a Forte Futebol, essa abordagem visa promover a justiça e a competitividade no futebol brasileiro. Eles argumentam que a distribuição igualitária das cotas permitirá que todos os clubes tenham condições semelhantes para investir em infraestrutura, contratar jogadores e buscar o sucesso esportivo. Para a Forte Futebol, o equilíbrio financeiro é fundamental para o fortalecimento do futebol nacional como um todo.

Modelo atual de divisão de receitas

Forte Futebol

Dentro do modelo proposto pela Forte Futebol, os clubes considerados maiores teriam um teto de ganhos de 3,5 vezes mais em relação aos menores. Assim, os critérios para a divisão são baseados em um esquema de proporcionalidade.

Dessa forma, 45% das receitas de TV seriam dividida de forma igualitária entre os times da série A. Da mesma forma, 30% seriam distribuídos entre os times de forma proporcional a sua performance na temporada. Ao mesmo tempo, os 25% restantes teriam como base a “audiência”. Ou seja, essa última fatia seria repartida entre os times de maior apelo comercial e público/torcida.

Libra

Atualmente, no modelo proposto pela Libra, os clubes tidos como maiores terão um teto máximo de 3,34 vezes o valor recebido pelo menores. Também é traçado um período tido como de transição, que garantiria que o percentual atualmente recebido entre os clubes não seria alterado de imediato.

Assim, o período de transição foi estipulado como sendo de cinco anos, ou até que o valor total captado pela Liga alcance R$ 4 bilhões. Sendo o prazo final o que acontecer primeiro das duas condições.

Todavia, a divisão de receitas de transmissão também atenderia a uma relação percentual. Assim, a fatia maior, equivalente a 40% seria dividida igualmente entre os clubes da série A. Posteriormente, uma fatia de 30% seriam dividida proporcionalmente pela performance dos clubes nos últimos três anos. Já a última parte de 30%, seria destinada a divisão por audiência.

Após o período definido como de transição, a divisão seria igual aos percentuais estipulados pela Forte Futebol. Contudo, ainda há uma divergência sobre como seria o teto para os clubes maiores em comparação a receitas dos menos.

Qual a importância de ter uma Liga Brasileira?

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Existem muitas possibilidades diante da consolidação de uma união entre as entidades para a formação de uma Liga Brasileira. Atualmente, ambos os grupos conversam buscando encontrar um acordo comum e que beneficie à todos os envolvidos.

De todo modo, é ponto comum entre as entendidas a ideia de que isso ajudaria na evolução do futebol brasileiro, visto entre outras coisas o sucesso de casos como: La Liga na Espanha e Premier League na Inglaterra. Um dos benefícios mais importantes é que a partir de uma Liga é possível firmar acordos melhores tanto de patrocínio quanto de poder de barganha. Sendo a nova marca uma genuína expressão do futebol brasileiro, um produto conhecido em todo mundo.

Desse modo, as transmissões das partidas do futebol brasileiro seria exportadas para outros países como acontece com as principais competições do mundo. Além disso, seria possível tornar o futebol nacional mais atrativo para os jogadores no sentido financeiro. E também mais fácil de representar perante um dos mais importantes nichos do mercado de entretenimento, os games de futebol virtual.

A formação de uma liga também permitiria estipular regras mais rígidas em relação a qualidade dos gramados. Assim como organizar o calendário e melhorar a qualidade técnica da competição. Isso apenas para citar alguns dos efeitos de um possível acordo entre os envolvidos.

De onde virá os investimentos?

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Atualmente as entidades tem representantes no setor financeiro que buscam fechar parcerias com os principais investidores na criação de uma Liga Brasileira. Enquanto a Libra é representada pela Codajás Kapital Sports e o BTG Pactual. A Forte Futebol é representada pela XP Investimentos, Alvarez & Marsal e LiveMode.

Nesse sentido a Libra tem como principal interessado o Mubadala Capital, fundo ligado ao governo dos Emirados Árabes Unidos (EAU). Em contrapartida, a Forte Futebol possui interesse da gestora americana Serengeti.

Em ambos os casos a negociação envolve a venda de 20% dos direitos sobre a Liga, caso instituída. Com a principal diferença nas propostas sendo delimitada ao tempo de duração dos direitos dos investidores.

Detalhes como a quantidade de clubes necessários para fechar o negócio e a partir de qual momento os valores começariam a ser pagos aos clubes estão no centro da discussão atualmente. Contudo a última proposta foi dada pelo Mubadala Capital, no último dia 30 de maio, o valor proposto é de R$ 4,75 bilhões se 34 clubes da primeira e segunda divisão participarem.

Contudo, em caso de apenas 18 clubes assinarem, a proposta seria reduzida para R$ 4 bilhões. A proposta ainda determina que para ser válida, pelo menos sete entre os dez maiores do Brasil precisariam assinar. Assim, Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Cruzeiro, Grêmio, Santos, Vasco, Botafogo e Bahia, precisam decidir sobre essa assinatura para que o negócio seja fechado.

Por fim, seguiremos acompanhando os desdobramentos dessas negociações afim de identificar e informar quaisquer conclusões ou avanços significados. De todo modo, os benefícios advindos da criação de uma Liga Brasileira seriam de fundamental importância na organização e melhoria do futebol nacional.

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