Economia

Empregos: recordes em carteira assinada e informal

O Brasil registrou números recordes de empregos no trimestre encerrado em outubro de 2024, atingindo a marca de 103,6 milhões de postos de trabalho. Este crescimento expressivo se deve ao aumento simultâneo de empregos formais e informais.

Empregos Formais: O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (excluindo domésticos) chegou a 39 milhões, o maior valor já registrado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) desde o início da série histórica em 2012. Comparando com o trimestre anterior (julho de 2024), houve um aumento de 1,2%, e em relação ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 3,7%.

Empregos Informais: A alta nos empregos informais foi ainda mais significativa. O total atingiu 14,4 milhões, também um recorde histórico. O crescimento foi de 3,7% em relação ao trimestre anterior e de 8,4% na comparação anual. A pesquisadora do IBGE, Adriana Beringuy, explicou que “No emprego com carteira no setor privado, a gente destaca a indústria que, expandindo, traz consigo o crescimento com carteira. No caso do emprego sem a carteira assinada, a gente tem, influenciando esse crescimento, a expansão verificada na construção e nos outros serviços”.

Informalidade: A população informal, que abrange trabalhadores sem carteira e autônomos sem CNPJ, totalizou 40,3 milhões de pessoas, representando um aumento de 2,1% em relação ao trimestre anterior – superior ao crescimento da população ocupada total (1,5%). A taxa de informalidade ficou em 38,9%, levemente acima do trimestre anterior (38,7%) e abaixo do mesmo período de 2023 (39,1%).

Setores que mais geraram empregos (comparado ao trimestre anterior):

  • Indústria: 2,9%
  • Construção: 2,4%
  • Outros Serviços: 3,4%

Setores que mais geraram empregos (comparado a outubro de 2023):

  • Indústria: 5%
  • Construção: 5,1%
  • Comércio: 3,3%
  • Transporte, armazenagem e correio: 5,7%
  • Informação e comunicação: 4,5%
  • Administração pública, saúde e educação: 4,4%
  • Outros serviços: 7,2%

Houve queda apenas na agricultura (-5,3%).

Nível de ocupação e desemprego: O nível de ocupação, percentual de pessoas ocupadas na população em idade ativa, atingiu 58,7%, outro recorde histórico. A taxa de desemprego caiu para 6,2%, a menor desde 2012, em comparação com 6,8% no trimestre anterior e 7,6% em outubro de 2023. A população desocupada foi de 6,8 milhões, o menor número desde dezembro de 2014. Segundo Beringuy, “Os indicadores do mercado de trabalho são muito consistentes. É uma melhoria que vem sendo sustentada trimestre a trimestre. E vem superando recordes lá de 2013 e 2014, considerados, em termos de alguns indicadores, o melhor momento do mercado de trabalho”.

Rendimento: O rendimento médio real do trabalhador ficou em R$ 3.255, próximo ao recorde de R$ 3.292 (julho de 2020). A diferença, segundo a pesquisadora, é que em 2020 houve muitas perdas de empregos informais (com rendimentos mais baixos), elevando a média. Agora, o crescimento do rendimento acompanha o aumento da população ocupada, com alta de 3,9% em relação a outubro de 2023.

População subutilizada e desalentada: A população subutilizada (em busca de emprego ou que poderia trabalhar mais) atingiu 17,8 milhões, a menor desde maio de 2015. A taxa composta de subutilização foi de 15,4%, a menor para um trimestre encerrado em outubro desde 2014. A população desalentada (que gostaria de trabalhar, mas não procurou por diversos motivos) somou 3 milhões, o menor número desde abril de 2016.

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Brunna Mendes

Gestão Hospitalar (UFRN), 28 primaveras, sagitariana e apaixonada por uma boa leitura, séries, filmes e Netflix.

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