Economia

Copom define Selic: juros devem subir, apesar da desaceleração da inflação

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne nesta quarta-feira (11) para decidir o futuro da taxa Selic, atualmente em 11,25% ao ano. A expectativa do mercado, segundo o boletim Focus, aponta para um aumento de 0,75 ponto percentual, elevando-a para 12% ao ano. Esta seria a terceira alta consecutiva da Selic.

A decisão do Copom ocorre em um contexto de pressão inflacionária, impulsionada pela alta do dólar e dos preços de alimentos. Embora o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, tenha desacelerado para 0,39% em novembro – impulsionado pela bandeira verde na conta de luz e queda nos combustíveis – a alta acumulada em 12 meses permanece acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 pontos percentuais (entre 1,5% e 4,5%). Dados do IBGE indicam que alimentos e serviços seguem como principais responsáveis pela inflação.

O cenário internacional também influencia a decisão. O Copom, em seu comunicado de novembro, destacou a incerteza na economia dos Estados Unidos, sem mencionar explicitamente a eleição de Donald Trump, mas referindo-se a 'a conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed [Federal Reserve, Banco Central norte-americano]'. A política fiscal brasileira também está sob observação pelo Copom, que cobra ajustes nos gastos públicos.

A reunião desta quarta marca a última sob a liderança de Roberto Campos Neto no BC. Em janeiro, Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, assumirá a presidência. O Copom, em sua última ata, alertou para o possível prolongamento do ciclo de alta da Selic, indicando a necessidade de uma política monetária contracionista para controlar a inflação. A ata também menciona a concordância unânime dos membros do colegiado em iniciar o ciclo de alta de forma gradual, levando em consideração as incertezas domésticas e externas.

A taxa Selic, utilizada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Aumentar a Selic visa conter a demanda, encarecendo o crédito e estimulando a poupança, o que pode impactar na expansão econômica. Por outro lado, a redução da Selic tende a baratear o crédito, incentivando produção e consumo, mas também reduz o controle da inflação. Os bancos, no entanto, consideram outros fatores além da Selic ao definir os juros cobrados dos consumidores.

O Copom se reúne a cada 45 dias. O processo envolve apresentações técnicas sobre as economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro, seguidas da análise e definição da Selic pelos membros do colegiado. Para 2024, 2025 e 2026, a meta de inflação do CMN é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 pontos percentuais. O último Relatório de Inflação do Banco Central, divulgado em setembro, projetava o IPCA em 4,31% para 2024, mas essa projeção antecedeu a recente alta do dólar e o impacto da seca. Um novo relatório será divulgado em dezembro.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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