Petrobras em alta e cenário econômico global movimentam mercados na semana de decisões sobre juros
Essa semana promete ser decisiva para o cenário econômico global, com impacto direto nos mercados financeiros e nos ativos brasileiros.
As ações da Petrobras estão em destaque nesta segunda-feira, 16 de setembro de 2024, impulsionadas pela recuperação do preço do petróleo e pela revisão positiva do Itaú BBA, que elevou sua recomendação de neutro para compra. As ações ordinárias (PETR3) e preferenciais (PETR4) da estatal registram alta de 2,03% e 2,40%, respectivamente, no início do pregão.
Confira também a agenda de pagamentos para esta semana.
Principais influências do mercado
O petróleo tipo Brent, referência para a Petrobras, sobe 0,50%, sendo negociado a US$ 71,9. O aumento do preço da commodity reflete preocupações com a oferta global e expectativas de estímulos econômicos por parte da China, grande consumidora de petróleo. Já o petróleo WTI avança 0,61%, cotado a US$ 68,1.
Panorama global e decisões de juros
Esta semana é marcada por decisões de política monetária em diversas regiões importantes, incluindo Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, China e Japão. As atenções estão voltadas para as próximas movimentações dos bancos centrais, com destaque para o Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil e o Federal Reserve (Fed) nos EUA.
Nos Estados Unidos, a expectativa é de que o Fed corte os juros pela primeira vez desde a pandemia, com os investidores especulando sobre a magnitude do corte, que pode variar entre 0,25 e 0,50 pontos percentuais. Já no Brasil, o mercado aguarda uma possível elevação de 0,25 p.p. na Selic, o que pode impactar a bolsa e os juros futuros.
Indicadores do mercado financeiro
- Ibovespa: O índice brasileiro sobe 0,38%, alcançando 135.573 pontos.
- Dólar: O dólar comercial está em queda de 0,22%, cotado a R$ 5,55. O movimento reflete a expectativa de estreitamento do diferencial de juros entre o Brasil e outras economias, especialmente os EUA.
- Wall Street: O Dow Jones opera em alta de 0,35%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq registram quedas de 0,09% e 0,62%, respectivamente.
Notícias corporativas em destaque
Embraer (EMBR3):
A Embraer anunciou a conclusão do processo de arbitragem com a Boeing, que resultou em um acordo de US$ 150 milhões a serem pagos à fabricante brasileira. O pagamento marca o fim de uma disputa que se arrasta há anos e representa uma injeção de capital significativa para a Embraer.
Azul (AZUL4):
A companhia aérea Azul informou que está em negociações com arrendadores de aeronaves, visando substituir parte de sua dívida por participação societária. A empresa busca otimizar sua estrutura de capital, e os termos ainda estão em fase de discussão.
Santos Brasil (STBP3):
A Santos Brasil divulgou detalhes sobre sua redução de capital no valor de R$ 1,6 bilhão, que será restituído aos acionistas em 7 de novembro de 2024. A data de corte para ter direito à restituição é 16 de outubro, e as ações serão negociadas ex-direitos a partir do dia 17 de outubro.
Wilson Sons (PORT3):
A subsidiária Tecon Salvador, da Wilson Sons, obteve aprovação para um financiamento de R$ 942,4 milhões junto ao Fundo da Marinha Mercante (FMM). O montante será destinado à expansão e modernização do terminal de contêineres no Porto de Salvador, um projeto que visa melhorar a eficiência e a infraestrutura da operação.
Perspectivas para a semana
Os próximos dias serão cruciais para o mercado, com a Super Quarta sendo o ponto alto da semana, quando ocorrerão as decisões de juros nos Estados Unidos e Brasil. Além disso, o Banco da Inglaterra e o Banco do Japão também divulgarão suas taxas de juros nos dias subsequentes. A expectativa de corte nos EUA e aumento no Brasil traz incertezas, mas pode definir o rumo dos mercados no curto prazo.
Resumo dos principais movimentos:
- Petrobras (PETR3 e PETR4): Alta de 2,03% e 2,40%, respectivamente, impulsionadas pela alta do petróleo e recomendação do Itaú BBA.
- Embraer (EMBR3): Receberá US$ 150 milhões da Boeing após acordo de arbitragem.
- Azul (AZUL4): Em negociações para otimizar dívida, possivelmente convertendo-a em participação societária.
- Santos Brasil (STBP3): Redução de capital de R$ 1,6 bilhão com restituição a acionistas em novembro.
- Wilson Sons (PORT3): Expansão no Tecon Salvador com financiamento aprovado de R$ 942,4 milhões.