Energisa (ENGI11) fecha acordo de R$ 1 bilhão para reforçar estrutura de capital da subsidiária EPNE
A Energisa S.A. (B3: ENGI11), em conjunto com sua subsidiária Energisa Paraíba – Distribuidora de Energia S.A. (EPB), anunciou, nesta quinta-feira (12), a assinatura de um acordo de investimento com o Banco Bradesco S.A., resultando em um aporte de R$ 1 bilhão na Energisa Participações Nordeste S.A. (EPNE). O investimento faz parte de uma estratégia de aumento de capital e fortalecimento financeiro da companhia, reforçando sua estrutura de capital e capacidade de gestão de caixa e endividamento.
Detalhes do acordo
O acordo de investimento firmado entre a Energisa e o Bradesco prevê a subscrição de novas ações da EPNE, uma sociedade de propósito específico controlada pela Energisa. O aporte de R$ 1 bilhão, feito pelo Bradesco em troca de ações preferenciais, corresponde a 23,64% do capital social da EPNE. Com isso, o banco se torna o único titular das ações preferenciais da subsidiária, enquanto a Energisa mantém o controle da companhia, com 76,36% do capital social por meio de ações ordinárias.
A operação também envolve a conferência de ativos pela Energisa, incluindo as ações da Energisa Paraíba e a liquidação de uma dívida de R$ 1 bilhão em notas comerciais emitidas pela empresa, fortalecendo ainda mais o balanço financeiro do grupo.
Antes da operação, a EPNE era integralmente controlada pela Energisa. Após o aumento de capital, a participação do Bradesco será exclusivamente em ações preferenciais, sem direito a voto, enquanto a Energisa mantém o controle acionário. O acordo de acionistas firmado entre as partes garante à Energisa uma opção de compra da totalidade das ações preferenciais detidas pelo Bradesco entre o 4º e 10º ano após a conclusão da operação, preservando a flexibilidade da companhia em recuperar o controle total da subsidiária no futuro.
A operação reforça a capacidade financeira da Energisa, ao mesmo tempo em que fortalece sua estrutura de capital. O aporte de R$ 1 bilhão permitirá à companhia liquidar dívidas e investir em suas operações, consolidando seu compromisso com a disciplina financeira e a boa gestão de caixa. Esse movimento estratégico é visto como positivo para manter a solidez do grupo, garantindo maior resiliência diante de desafios econômicos e do setor energético.
Impactos no mercado financeiro
A parceria com o Bradesco fortalece a percepção de que a Energisa segue com uma sólida estratégia de financiamento e crescimento, mesmo em um ambiente desafiador para o setor de energia. A escolha de subscrição por ações preferenciais, que não concedem direito a voto ao investidor, mas que oferecem rentabilidade atrativa, demonstra o alinhamento estratégico entre a Energisa e o Bradesco, sem comprometer o controle da empresa pela holding.
Esse movimento pode trazer impactos positivos no mercado de capitais. O aumento de capital melhora a liquidez da Energisa, reduzindo seu risco de endividamento e aumentando a confiança dos investidores. Além disso, ao concentrar esforços no reforço de caixa e na gestão eficiente de suas dívidas, a empresa poderá direcionar os recursos para novos investimentos, potencialmente ampliando sua participação no mercado de distribuição de energia no Brasil.
No médio prazo, o mercado poderá observar um aumento no valor das ações da Energisa, principalmente diante da expectativa de que o fortalecimento da EPNE gere sinergias operacionais e novas oportunidades de negócios no Nordeste, uma região estratégica para a expansão de infraestrutura energética.
Um aspecto importante do acordo é a opção de compra das ações preferenciais pelo próprio Bradesco, exercível entre o 4º e 10º ano após a conclusão da operação. Isso preserva a flexibilidade financeira da Energisa, permitindo que, no futuro, a companhia reassuma o controle integral da EPNE sem perda de valor estratégico.
Essa opção garante que a Energisa continue com autonomia para realizar aquisições e investimentos que melhorem sua posição competitiva, ao mesmo tempo que aproveita os benefícios de parcerias estratégicas no curto prazo.
A injeção de capital de R$ 1 bilhão e o foco em fortalecer sua estrutura de capital podem permitir à Energisa continuar investindo em infraestrutura de energia no Brasil, contribuindo para o crescimento do setor e sua expansão em regiões de alta demanda. Além disso, a operação também traz maior previsibilidade aos investidores, já que o endividamento será reduzido, abrindo caminho para novas rodadas de captação de recursos no futuro.