Ibovespa encerra em queda de 0,48% puxado por alta dos juros futuros, enquanto bolsas internacionais sobem
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou esta quinta-feira (12) em queda de 0,48%, aos 134.029 pontos, influenciado pela elevação dos juros futuros de longo prazo e pela piora na percepção de risco fiscal. O movimento foi contrário ao das principais bolsas internacionais, que apresentaram ganhos no dia. O volume financeiro da sessão foi de R$ 12,7 bilhões, inferior à média dos últimos 12 meses de R$ 16,6 bilhões, indicando menor participação dos investidores.
A queda do Ibovespa foi puxada por ações de peso como as da Petrobras, cujos papéis ordinários caíram 1,17%, a R$ 40,49, e os preferenciais recuaram 1,13%, a R$ 36,87. O setor bancário também teve desempenho negativo: Itaú, Bradesco e BTG Pactual fecharam com quedas de 1,10%, 0,45% e 1,59%, respectivamente.
Por outro lado, algumas ações se destacaram positivamente. Os papéis da Vale subiram 0,90%, a R$ 58,11, impulsionados pela alta no preço do minério de ferro e expectativas de aumento na produção da empresa. A Gerdau também avançou, fechando em alta de 0,16%, a R$ 18,60.
A pressão no mercado brasileiro veio em grande parte do aumento dos juros futuros, que subiram refletindo as preocupações sobre a situação fiscal do país. O Tribunal de Contas da União (TCU) fez alertas recentes sobre o cumprimento das metas fiscais, o que adicionou um componente de incerteza aos mercados. Esse cenário de risco fiscal levou a apostas mais agressivas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) poderá adotar uma postura mais dura na próxima reunião, com a possibilidade de elevação de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros.
Dólar e cenário internacional
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,51%, negociado a R$ 5,619. A divisa americana foi pressionada pelo bom desempenho de moedas de outros mercados emergentes, como o peso mexicano (-1,50%) e o peso colombiano (-1,39%). A expectativa de um corte de juros nos Estados Unidos também contribuiu para a desvalorização do dólar no mercado global.
Nas bolsas internacionais, o cenário foi mais positivo. Nos Estados Unidos, os principais índices acionários fecharam em alta. O Nasdaq subiu 1,02%, o S&P 500 avançou 0,79% e o Dow Jones teve alta de 0,58%, impulsionados pela recuperação das ações de grandes empresas de tecnologia, como Nvidia, Alphabet e Meta Platforms. A divulgação do índice de preços ao produtor (PPI), que veio em linha com as expectativas, também trouxe alívio ao mercado.
Na Europa, os índices seguiram em alta após o Banco Central Europeu (BCE) anunciar um corte de 0,25 ponto percentual nas suas taxas de juros, um movimento amplamente esperado. O índice Stoxx 600 subiu 0,80%, com destaque para o setor de tecnologia e farmacêuticas.