Ibovespa cai com pressão de commodities e dados econômicos fracos; Dólar avança e IPCA registra deflação
O Ibovespa futuro operava em queda na manhã desta terça-feira, 10 de setembro, pressionado pela fraqueza das commodities e preocupações com o cenário econômico global. Às 9h51, o índice recuava 0,22%, aos 135.540 pontos, refletindo o cenário externo e a desaceleração da demanda chinesa, além da deflação registrada no Brasil pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
IPCA registra deflação de 0,02% em agosto
O IPCA, considerado a medida oficial da inflação no Brasil, registrou deflação de 0,02% em agosto, após uma alta de 0,38% em julho. Este é o primeiro resultado negativo desde junho de 2023, quando o índice caiu 0,08%. No acumulado do ano, a inflação soma 2,85%, enquanto nos últimos 12 meses a taxa foi de 4,24%. O resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que projetava um leve aumento de 0,01% no mês e uma inflação anual de 4,29%.
Essa deflação inesperada pode reforçar as expectativas de uma manutenção cautelosa da política monetária pelo Banco Central, que tem monitorado de perto os efeitos da inflação e dos ciclos de juros nas próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom).
Dólar sobe e pressiona mercado brasileiro
O dólar comercial operava em alta na manhã de hoje, avançando 0,13% e sendo negociado a R$ 5,592 na venda às 9h50. A valorização da moeda americana reflete o aumento da aversão ao risco no mercado global, causado pela incerteza sobre a economia chinesa e os possíveis impactos no comércio internacional. Além disso, os investidores seguem atentos aos desdobramentos do cenário político nos Estados Unidos, que pode trazer volatilidade ao mercado de câmbio.
Commodities em queda: impacto no mercado
O cenário externo também influencia o mercado brasileiro de ações. O petróleo Brent, referência para a Petrobras (PETR4), registrava queda de 0,71%, sendo negociado a US$ 71,2 o barril. O minério de ferro, outro ativo essencial para o Brasil, também teve leve queda de 0,07%, sendo cotado a 675 iuanes (cerca de US$ 94,8) na Bolsa de Dalian, na China. Essas variações podem impactar os papéis de empresas como Vale (VALE3) e CSN Mineração (CMIN3), que têm forte peso no Ibovespa.
O recuo no preço das commodities reflete os dados fracos da balança comercial chinesa, divulgados nesta terça-feira, que mostraram um arrefecimento nas importações em agosto. Esse cenário global adverso contribui para a cautela dos investidores e pode pressionar o mercado ao longo do pregão.
Expectativa para o cenário externo
Além dos dados chineses, o mercado internacional também está atento à divulgação do relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que pode trazer novas informações sobre a produção global da commodity e impactar o preço do petróleo. Outro ponto de atenção é o primeiro debate entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris e Donald Trump, que será realizado nesta noite. O evento tem o potencial de influenciar o comportamento dos ativos, dependendo de como os investidores avaliarem os resultados e as perspectivas de vitória de cada candidato.
Enquanto isso, as bolsas de Nova York operam sem direção única. O Dow Jones caía 0,31%, enquanto o S&P 500 avançava 0,25% e o Nasdaq subia 0,50% no início da manhã. Esses movimentos refletem o clima de expectativa do mercado, que aguarda a divulgação dos dados de inflação dos EUA, o que pode influenciar os próximos passos do Federal Reserve (Fed) em relação à política de juros.