Azul projeta receita de R$ 20 bilhões em 2024 e mantém previsão de EBITDA acima de R$ 6 bilhões
A Azul S.A. (B3: AZUL4, NYSE: AZUL) divulgou uma atualização de suas projeções financeiras e operacionais para 2024. A empresa manteve parte de suas previsões anteriores, mas fez ajustes devido a desafios operacionais e impactos externos, como o fechamento temporário do Aeroporto de Porto Alegre e atrasos na entrega de aeronaves.
Principais projeções para 2024
- Crescimento de capacidade (ASK): A Azul espera aumentar a capacidade em 7% em relação a 2023. Essa previsão foi impactada por eventos como as enchentes no Rio Grande do Sul, que afetaram a operação no Aeroporto de Porto Alegre, e atrasos nas entregas de novas aeronaves.
- EBITDA: A companhia estima gerar um EBITDA superior a R$ 6 bilhões, em linha com a previsão anterior. Contudo, a redução no crescimento da capacidade diminuiu as expectativas em relação à projeção original.
- Receita: Pela primeira vez, a Azul divulgou uma expectativa de receita para 2024, projetando alcançar R$ 20 bilhões. A empresa espera que esse valor seja impulsionado por um ambiente de demanda saudável, receitas auxiliares robustas e o crescimento de suas unidades de negócios.
- Alavancagem: A Azul mantém a expectativa de uma alavancagem de 4,2x ao final de 2024. No entanto, a empresa destacou que a desvalorização do real em relação ao dólar pode impactar suas dívidas em moeda estrangeira, influenciando essa métrica.
Impactos no setor e para investidores
Os ajustes nas previsões refletem os desafios operacionais enfrentados pela Azul, especialmente no que diz respeito à interrupção das operações no Sul do país e a dependência de aeronaves de nova geração. Esses fatores afetam diretamente o crescimento de capacidade e, consequentemente, as projeções de EBITDA.
Por outro lado, o ambiente de demanda aquecida e o bom desempenho das receitas auxiliares, como serviços extras oferecidos aos passageiros, proporcionam uma perspectiva positiva em termos de receita. A Azul continua demonstrando resiliência ao manter as expectativas de forte crescimento, mesmo em um cenário de desafios operacionais.
A projeção de uma receita de R$ 20 bilhões é um ponto de destaque, indicando otimismo quanto à retomada do setor aéreo no Brasil e ao crescimento das operações da companhia. O EBITDA superior a R$ 6 bilhões e a manutenção da alavancagem em 4,2x reforçam o compromisso da Azul com a gestão financeira responsável, mesmo diante de variáveis como a desvalorização cambial.
Apesar das projeções otimistas, a Azul enfrenta uma situação financeira delicada, com um alto nível de endividamento. Em comunicado recente, a companhia confirmou que está avaliando opções para captar recursos e evitar complicações financeiras, incluindo a possibilidade de um aumento de capital privado ou a entrada de um investidor âncora, que poderia injetar até US$ 200 milhões na empresa.
A Azul também esclareceu que negocia com credores e arrendadores para reestruturar parte de sua dívida, que foi agravada pela desvalorização cambial e pelos desafios enfrentados durante a pandemia. Embora as negociações estejam em andamento, a companhia ressaltou que não há, até o momento, decisões concretas.
As especulações sobre um possível pedido de proteção judicial sob o Chapter 11 nos Estados Unidos, mencionadas em uma notícia do Valor Econômico, geraram volatilidade nos papéis da Azul, que vêm registrando desvalorização na bolsa de valores. A empresa, no entanto, reafirmou seu compromisso em reestruturar suas finanças sem recorrer a medidas drásticas.
A Azul se comprometeu a manter o mercado atualizado sobre qualquer mudança significativa em suas previsões. O comunicado também deixou claro que outras previsões anteriores que não foram mencionadas nesse fato relevante estão oficialmente descontinuadas.