Ibovespa cai 1,41% com desaceleração no mercado de trabalho dos EUA; dólar sobe 0,35%
O Ibovespa encerrou a sexta-feira (6) em queda de 1,41%, aos 134.572,45 pontos, refletindo o mau humor global causado pela divulgação do relatório de empregos dos Estados Unidos (payroll) de agosto. O dado mostrou uma desaceleração maior do que o esperado no mercado de trabalho americano, o que aumentou as preocupações sobre o desempenho da maior economia do mundo.
O dólar comercial, por sua vez, registrou alta de 0,35%, cotado a R$ 5,59, impulsionado pelo aumento da aversão ao risco em mercados emergentes após a fraca geração de empregos nos EUA.
Ibovespa pressionado por Vale e Petrobras
No mercado local, as ações da Vale e da Petrobras foram as principais responsáveis pela queda do índice brasileiro, em meio ao movimento global de aversão a risco. O Ibovespa oscilou ao longo do dia, atingindo uma mínima de 134.476 pontos e uma máxima de 136.653 pontos. Na semana, o índice acumula uma queda de 1,05%.
O volume financeiro negociado no Ibovespa até as 17h15 foi de R$ 13,39 bilhões, enquanto o volume total na B3 somou R$ 17,83 bilhões.
Dólar reflete cenário global
A valorização do dólar nesta sexta-feira refletiu o ambiente de incerteza global, principalmente após a divulgação do relatório de empregos dos Estados Unidos. A moeda americana chegou a tocar o patamar de R$ 5,60 durante o pregão, influenciada pela desvalorização dos mercados emergentes e o movimento de “sell-off” nas bolsas de Wall Street.
No acumulado da semana, o dólar registrou uma leve queda de 0,75%, enquanto o euro comercial teve uma valorização de 0,20% na sessão, encerrando o dia cotado a R$ 6,1978.
Bolsas de Nova York fecham em queda
As bolsas de Nova York encerraram o pregão desta sexta-feira com quedas expressivas, com os investidores preocupados com a desaceleração do mercado de trabalho americano. O índice Dow Jones caiu 1,01%, o S&P 500 recuou 1,73%, e o Nasdaq teve uma queda mais acentuada, de 2,55%.
Na semana, os índices americanos acumulam quedas significativas: Dow Jones (-2,93%), S&P 500 (-4,25%) e Nasdaq (-5,77%). Esse foi o pior desempenho semanal do S&P 500 desde março de 2023. O setor de tecnologia, particularmente, foi o mais penalizado, com destaque para a Broadcom, que despencou 10,36%, seguida pela Tesla, com queda de 8,31%.
Bolsas europeias acompanham queda global
Os principais índices da Europa também fecharam a sexta-feira em queda, acompanhando o pessimismo global gerado pelos dados de emprego dos EUA. O índice Stoxx 600 caiu 1,07%, enquanto o CAC 40 de Paris recuou 1,07%. Já o DAX de Frankfurt caiu 1,48%, e o FTSE de Londres encerrou o dia com queda de 0,73%.
No acumulado da semana, os principais índices europeus também registraram perdas: o Stoxx 600 recuou 3,52%, o CAC 40 perdeu 3,65%, o DAX caiu 3,20%, e o FTSE registrou queda de 2,33%.
Payroll dos EUA mostra desaceleração
O foco dos mercados globais nesta sexta-feira foi o relatório oficial de empregos dos Estados Unidos, o payroll de agosto. A geração de 142 mil vagas no mês ficou abaixo das expectativas dos analistas, que previam 161 mil empregos. Além disso, houve revisões em baixa nas contratações de julho, que caíram de 114 mil para 89 mil, e de junho, de 206 mil para 118 mil.
Esses números reforçam os sinais de desaceleração da economia americana, levantando dúvidas sobre o impacto nas decisões do Federal Reserve (Fed) em relação às taxas de juros. O próximo grande evento no cenário internacional será a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), na próxima semana, quando é esperado um novo corte de juros.