Ibovespa tem dois pregões seguidos de alta, dólar cai 1,22% e Petrobras recua
O Ibovespa fechou em alta de 0,29% nesta quinta-feira, 5 de setembro, alcançando 136.502 pontos, com um acréscimo de 391,76 pontos. Este é o segundo pregão consecutivo de alta, algo que não acontecia desde a sequência de três dias no azul entre 19 e 21 de agosto. O índice foi impulsionado por ações de peso como Vale e bancos, enquanto o dólar comercial caiu 1,22%, cotado a R$ 5,57, e os juros futuros recuaram ao longo da curva.
Cenário internacional
O desempenho do mercado foi influenciado por dados mistos vindos dos Estados Unidos. O relatório ADP mostrou que o setor privado americano criou apenas 99 mil vagas de emprego em agosto, muito abaixo da expectativa de 145 mil, aumentando as especulações sobre um possível corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) na próxima reunião. Outro indicador importante foi o número de pedidos de auxílio-desemprego, que somou 227 mil, ligeiramente abaixo do esperado, reforçando a percepção de enfraquecimento no mercado de trabalho.
Por outro lado, o PMI de serviços dos EUA subiu para 55,7 em agosto, maior nível desde 2022, demonstrando que o setor de serviços segue aquecido. Esses dados mistos ampliaram as chances de que o Fed adote um corte mais agressivo de juros em 2024. Contudo, economistas, como George Lagarias, da Forvis Mazars, defendem um corte mais moderado de 0,25 ponto percentual, temendo que uma redução de 50 pontos-base envie sinais errados ao mercado.
Cenário nacional: expectativas de alta da Selic
No Brasil, a tendência de juros é oposta. O BNP Paribas prevê um ciclo de alta na Selic, com aumento de 0,25 ponto percentual em setembro e novas elevações até março de 2025, totalizando um ajuste de 1,75 ponto percentual. O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, reforçou a necessidade de conduzir a política monetária de forma a reancorar as expectativas de inflação, que permanecem acima da meta.
Destaques do pregão: Vale e bancos sobem; Petrobras cai
As ações da Vale (VALE3) subiram 0,72%, mesmo com a queda do minério de ferro na China, que atingiu sua mínima em um ano. Entre os bancos, o desempenho foi majoritariamente positivo: Banco do Brasil (BBAS3) subiu 0,90%, Bradesco (BBDC4) avançou 0,88% e Itaú Unibanco (ITUB4) valorizou 0,64%. A exceção foi o Santander (SANB11), que recuou 0,57%.
No setor de varejo, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 2,16%, e Lojas Renner (LREN3) avançou 3,15%, ambas entre as mais negociadas do dia. A JBS (JBSS3) também teve alta de 0,67%, apesar de quedas em outras empresas do setor de frigoríficos, como Marfrig (MRFG3), que caiu 0,75%.
Por outro lado, a Petrobras (PETR4) recuou 0,62%, após oscilar durante o pregão. O mercado reagiu ao anúncio da Opep+ de adiar um aumento planejado na produção de petróleo. A Brava Energia (RRRP3), antiga 3R Petroleum, também registrou queda de 1,74% devido à interrupção da produção no Campo de Papa Terra.
Maiores altas e baixas
Entre as maiores altas do dia, destacaram-se IRB (IRBR3), com valorização de 6,14%, seguida de MRV (MRVE3), que subiu 5,99%. Outras altas notáveis incluíram Natura (NTCO3), com 3,55%, e CSN Mineração (CMIN3), que avançou 3,31%.
No lado negativo, as maiores baixas foram registradas por Assaí (ASAI3), com queda de 3,91%, e Azul (AZUL4), que recuou 3,66% após a redução da participação da BlackRock. Outros destaques negativos incluíram Minerva (BEEF3), com baixa de 2,83%, e Braskem (BRKM5), que caiu 2,29%.
Perspectivas
Com a divulgação do relatório payroll nesta sexta-feira, que trará dados mais abrangentes sobre o mercado de trabalho americano, o mercado financeiro global segue em estado de alerta. No Brasil, a expectativa é de que a volatilidade continue, com os investidores ajustando suas carteiras à medida que os dados econômicos se desdobram.