BlackRock reduz participação na Usiminas (USIM5), mas mantém foco em investimento
A gigante americana de gestão de ativos BlackRock, uma das maiores do mundo, anunciou a redução de sua participação acionária na Usiminas (USIM5), conforme divulgado pela siderúrgica em comunicado ao mercado nesta quarta-feira (4). A decisão da BlackRock foi detalhada em uma correspondência enviada à Usiminas, onde a gestora informou a venda de ações preferenciais e ordinárias da companhia, movimento que altera marginalmente sua presença no quadro acionário, mas que não implica em mudanças no controle ou na administração da empresa.
Participações da BlackRock após a venda
De acordo com o comunicado, em 30 de agosto de 2024, a BlackRock passou a deter, de forma agregada, 26.780.190 ações preferenciais classe A, o que representa 4,889% do total dessas ações emitidas pela Usiminas. Além disso, a gestora mantém 15.624.202 instrumentos financeiros derivativos ligados às ações preferenciais, com liquidação financeira, equivalentes a 2,852% do total de preferenciais classe A. Em relação às ações ordinárias, a BlackRock agora possui 1.590.268 ações, ou 0,225% do total.
Esses números indicam que a redução de participação é significativa, mas a gestora destaca que o objetivo de seus investimentos continua sendo puramente financeiro, sem intenção de alterar a estrutura de controle ou influenciar diretamente a administração da Usiminas.
A BlackRock enfatizou que suas participações na Usiminas permanecem focadas em investimentos de longo prazo, seguindo sua estratégia de gestão para clientes globais. A gestora, que administra bilhões de dólares em ativos em diversos mercados, costuma realizar ajustes em suas carteiras com base em oportunidades de retorno e diversificação de risco, sem, no entanto, buscar interferir nas operações das companhias em que investe.
O movimento da BlackRock ocorre em um momento de grande atenção ao mercado de siderurgia, especialmente em relação às ações de empresas brasileiras, como a Usiminas, que desempenham papel central na produção de aço e outros materiais industriais essenciais para diversas cadeias produtivas globais.
A Usiminas, por sua vez, informou que o comunicado da BlackRock cumpre os requisitos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme estabelecido na Resolução nº 44. O vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da companhia, Thiago da Fonseca Rodrigues, reafirmou o compromisso da empresa com a transparência e destacou que o comunicado foi divulgado prontamente, de acordo com as regulamentações do mercado.
Este movimento da BlackRock não altera a governança da Usiminas, mas chama a atenção para o comportamento dos grandes investidores internacionais em ativos brasileiros, especialmente diante de um cenário global desafiador e em transformação.