Empresa de Warren Buffett atinge marco histórico de US$ 1 trilhão em valor de mercado
A Berkshire Hathaway, sob a liderança do megainvestidor Warren Buffett, alcançou na última quarta-feira (28 de agosto) um marco importante ao superar a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado. Com essa conquista, a empresa se junta a um grupo seleto de gigantes corporativos, majoritariamente do setor de tecnologia.
O aumento no valor de mercado elevou o patrimônio de Buffett, considerado um dos maiores investidores do mundo, em aproximadamente US$ 2 bilhões, consolidando sua fortuna em US$ 147,2 bilhões (cerca de R$ 825 bilhões). Atualmente, ele ocupa a posição de sexta pessoa mais rica do planeta, conforme o ranking de bilionários da Forbes. Na sexta-feira (29), Buffett completou 94 anos e, apesar de ainda estar à frente da companhia, já designou Greg Abel, atual vice-presidente do grupo, como seu sucessor.
A Berkshire Hathaway teve suas origens na indústria têxtil e foi adquirida por Buffett na década de 1960. Desde então, a empresa se transformou em um conglomerado que controla e administra uma ampla gama de negócios, focando principalmente em setores tradicionais da economia. Buffett é conhecido por sua abordagem de investimento racional e de longo prazo, uma estratégia que tem se mostrado eficaz ao longo das décadas.
É importante destacar que a Berkshire é a única empresa dos Estados Unidos fora do setor de tecnologia a atingir a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado, conforme apontou Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta.
No grupo das maiores empresas americanas, a Apple lidera com um valor de US$ 3,444 trilhões, seguida por Nvidia com US$ 3,081 trilhões, Microsoft com US$ 3,052 trilhões, Alphabet (controladora do Google) com US$ 2,014 trilhões, Amazon com US$ 1,793 trilhão, Meta (dona do Facebook) com US$ 1,307 trilhão e, finalmente, a Berkshire Hathaway com US$ 1,007 trilhão.
Além dessas, fora dos Estados Unidos, a Saudi Aramco, maior produtora de petróleo do mundo, também faz parte do seleto “Clube do Trilhão”, com um valor de mercado estimado em 6,76 trilhões de riais sauditas, equivalente a aproximadamente US$ 1,8 trilhão conforme a taxa de câmbio atual.
Em uma comparação interessante, o valor conjunto das sete empresas americanas que compõem o “Clube do Trilhão” atinge US$ 15,698 trilhões, valor que supera em quase 19 vezes o total de todas as empresas listadas na B3, a bolsa de valores brasileira. De acordo com Rivero, o valor de mercado das empresas da B3 caiu de US$ 953 bilhões em 2023 para US$ 829 bilhões até 28 de agosto deste ano, uma queda de US$ 123 bilhões, em parte atribuída à valorização do dólar, que acumulou uma alta de 14,26% no período.
O crescimento do valor de mercado do “Clube do Trilhão” pode ser amplamente explicado pelo aumento significativo no preço das ações da Nvidia, que teve uma valorização de cerca de 150% desde o final de 2023, resultando em um incremento de US$ 1,858 trilhão no valor da companhia.
Desde que assumiu o controle da Berkshire Hathaway, Buffett construiu um império diversificado, adquirindo empresas em setores variados. O conglomerado atualmente possui a seguradora Geico, a companhia ferroviária Burlington Northern Santa Fe (BNSF), a marca de roupas Fruit of the Loom e a fabricante de baterias Duracell. Além disso, a Berkshire é uma importante investidora em outras grandes corporações, possuindo 21% das ações da American Express e 9% da Coca-Cola.
A estratégia de Buffett ao longo dos anos tem sido marcada por um pragmatismo e um foco no longo prazo, características que o distinguem no mundo dos investimentos. Entre 1965 e 2023, as ações da Berkshire Hathaway apresentaram uma valorização anual média de 19,8%, acumulando um impressionante crescimento de quase 4.400% no período.