Um dos melhores lançamentos de 2019 pela Netflix, Love Death + Robots surpreendeu público e crítica pela qualidade técnica e narrativa dos seus episódios, construídos em forma de antologia, onde os fatos abordados em cada episódio independem dos demais, o volume 1 da série arrebatou corações (e mentes) com seus enredos que abordam desde paradoxos de loop à aterrorizantes viagens interestelares.
Para relembrar essa pérola do sci-fi, e ao mesmo tempo aquecer as engrenagens para a estreia do volume 2 no próximo dia 14, nós do Dinastia N preparamos uma lista para ninguém botar defeito, dos nossos episódios favoritos, que enaltecem toda a grandiosidade dessa série que angariou milhões de fãs pelo globo. Confira:
OS TRÊS ROBÔS
Muito tempo após o fim da humanidade, três robôs de férias aproveitam para fazer uma excursão pelo que restou da Terra.
O episódio tem uma dinâmica muito legal, com os três robôs, diferentes entre si, não apenas fisicamente, mas também em suas personalidades, explorando, da ótica deles, os lugares onde viviam e costumes que tinham os humanos.
O humor ácido com o qual levam a excursão, detalhes como cadáveres de suicidas, pessoas que morreram enquanto faziam suas atividades normais e mesmo um soldado morto com sua arma, onde o mato e o musgo agora crescem, revelando uma flor brotando na ponta do cano (que creio ser referência a Jan Rose, fotografada colocando uma flor no cano da arma de um dos soldados, que confrontavam o seu protesto anti-guerra em 1967).
Esses e outros elementos mostram a complexidade da crítica impressa aqui. Que é concluída com a revelação que o principal fator que levou ao final da humanidade foi gerado pela própria. Guerras nucleares, não conservação da natureza e “a crença que um ser superior os projetou do pó”, levam os seres humanos a se colocarem acima dos outros seres vivos como pináculos da criação…
Uma profunda crítica ao egocentrismo humano e sua dificuldade em partilhar o planeta entre si e com os demais seres, como se todo o planeta e o que vive nele, fossem meros instrumentos voltados a saciar quaisquer de seus desejos.
NOITE DE PESCARIA
Todos são Um e o Um é todos.
Inspirado em um conto de Joe R. Landsdale, o episódio Noite de Pescaria apresenta de uma maneira psicodélica, poética e quase etérea como o ser humano continua sendo parte da cadeia alimentar natural fazendo parte do grande Todo do mundo, e nem sempre na posição em que ele acredita estar.
Com poucas palavras, muita alegoria e um traço que mescla alguns estilos de animação diferentes, o episódio entrega uma reflexão precisa sobre o quanto nos conectamos (ou não) com tudo à nossa volta, dentro de seus 10 minutos.
QUANDO O IOGURTE ASSUMIU O CONTROLE
Após um acidente, cientistas criam um iogurte superinteligente, e o novo laticínio é muito mais superior a humanidade do que se pensa.
Embora o clima nonsense deste episódio, possa levar desavisados a não o levarem a sério. As ideias e críticas profundas feitas em meio as metáforas, revelam bem mais do que se pensa.
A primeira crítica refere-se a natureza da política, como as pessoas lidam com está. A eterna busca por alguém superior, um salvador capaz de resolver os problemas com “milagres” e fórmulas mágicas.
Outra crítica importante é feita à incapacidade de se seguir à risca, sem desvios ou “jeitinhos”, apenas o que seria o melhor para todos. Assim como a relação de subserviência, na qual nos permitimos sermos governados por uma “entidade maior”, em prol da comodidade e redução dos riscos de se escolher um caminho próprio.
ZIMA BLUE
Qual é o nosso propósito?
A arte de Zima Blue encanta o universo. Sua capacidade de criação gera contrastes capazes de evocar sentimentos distintos em quem aprecia suas obras de arte, e por isso, ele se tornou o maior artista de seu tempo, aclamado e reconhecido por onde passa.
Mas quando Zima começa a buscar pelo “trabalho de sua vida”, aquilo que dê significado a tudo que fez até então, somos lançados na história de sua origem, bem como ao questionamento filosófico em volta do qual gira este incrível episódio baseado em um conto de Alaistar Reynolds, autor britânico de ficção científica.
PARA ALÉM DA FENDA DE ÁQUILA
Aqui temos o suprassumo da tecnologia de animação empregada em LD+R. Este episódio produzido inteiramente em CGI, narra um sci-fi digno de grandes produções, com tamanha qualidade visual que em determinados momentos parece que estamos vendo atores reais!
Uma nave de exploração interestelar, cuja tripulação viajava em sono suspenso, tem seu curso alterado por uma falha do computador de bordo. Aos poucos, os membros da tripulação vão despertando do seu sono induzido, e passam a se deparar com uma presença conhecida, mas suspeita, tentando entender o que aconteceu, e se podem confiar naquilo que ouvem e veem. É melhor uma verdade cruel, ou uma mentira confortável?
O Dinastia N quer saber: Quais são seus episódios favoritos? Conta pra gente nos comentários. Todas as novidades de Love Death + Robots, e as mais variadas notícias sobre o universo Nerd/Geek estão disponíveis aqui no Dinastia N.