Anteriormente publicada na época do lançamento do Liga da Justiça de Zack Snyder, a resenha do longa retorna a ficar disponível no Dinastia N. Analisando as versões do diretor Joss Whedon e de Zack Snyder, a resenha contemplava as principais mudanças do longa da DC.
Agora, em comemoração aos dois anos do portal relançamos o texto original e você pode conferir nossas impressões sobre o filme. Assim, confira adiante o conteúdo original da nossa análise sobre o Zack Snyder’s Justice League.
Resenha de Liga da Justiça de Zack Snyder
Um filme com cenas de dois outros, uma história que acreditamos já conhecer, mas mesmo assim, algo completamente diferente. Liga da Justiça de Zeck Snayder começa com a cena da morte do Superman, e o seu grito de dor. Um grito que escoa por todo o DCEU, que ressoa não apenas nas Caixas Maternas, mas também no coração de cada espectador.
Não precisa se fã da DC, ou do Superman, nem mesmo de filmes de heróis, para sentir essa dor, esse sentimento de luto que invade a todos nós, pois o “Deus de Metrópolis” é, em sua morte, tão humano quanto qualquer um. Mas a vida segue, os heróis mais poderosos da Terra precisam se reunir para enfrentar uma luta ainda mais difícil e mortal.
Flash
Agora paramos um momento, sem pressa ou cortes desesperados, temos tempo. Um precioso tempo para reparar no Berry Allen, salvando a Iris e a sua própria história no filme. Agora ele não é apenas um garoto cheio de piadinhas que ignoram a conveniência.
Batman
As imagens e informes saturados dão espaço a tons de cinza, que permitem ver uma história mais densa. Digna da complexidade dos heróis da DC, de um Batman experiente e focado, em se preparar e aos outros para o que há por vir.
Ciborgue
E claro, a complexa relação entre criatura e criador, o “Pai duas vezes” que salvou o filho, ao mesmo tempo que perde sua relação com ele. Os poderes que Victor Stone ganha são importantes, mas a densa relação entre pai e filho tem seu papel de destaque, tanto o quanto todo o resto.
Mulher Maravilha
A Mulher Maravilha, ela é mais do que apenas a presença feminina do grupo, fadada a um flerte com o Bruce. Aqui não, a amazona tem destaque em todo o seu esplendor, a começar pelos detalhes do seu salvamento no banco e a forma como salva cada civil de cada bala disparada. Além do poder destrutivo dos seus poderosos braceletes.
O Lobo da Estepe, um vilão mais crível
Antes um vilão com cara de mini-chefe, agora o Lobo da Estepe é imponente, mesmo em sua busca por redenção. E embora não fique totalmente claro sobre qual erro ele quer se redimir, a Terra é apenas um mísero planeta que “por acaso” tem em seu solo a Equação Anti-Vida.
A trama segue, desde o combate com as amazonas, muito mais detalhado e mais poderosas que lembrávamos. Já o embate Atlante é um pouco menos imponente e em ambos quase nos esquecemos, por alguns segundos, que se o vilão não vencer ali, o filme acaba.
Aquaman
Mais que apenas um grandalhão ou um Rei, Jason Momoa deu a seu personagem uma mistura perfeita de motoqueiro e lobo do mar. Sua imponência é igualmente respeitada por todos, com o poder do guerreiro que realmente tem.
Retorno do Superman em Liga da Justiça de Zack Snyder
A construção da decisão de ressuscitar o Superman não é só lógica, ela é coletiva, em erros e acertos. O conjunto aqui está muito mais unido, o que nos dá a convicção de que realmente existe uma Liga da Justiça, não um bando de heróis apenas juntos.
Mas do que inserir um aviso aqui, de que o homem ressuscitado não será o mesmo Superman que foi morto. Também fica claro que o Flash não é mais o mesmo, seu novo lugar dá mais destaque e cadência ao filme, deixa o roteiro melhor amarrado, dando um vislumbre da sua real capacidade (e sim, essa ambiguidade serve aos dois, Flash e roteiro).
Outro ponto em destaque é que o mundo não precisa penas do grande herói, precisa do grande homem que o sustenta, tanto o quanto este precisa da Lois. Ela não só o ajuda a lembrar quem é, mas ajuda a lembrar porquê é.
Até mesmo o domo da batalha final é diferente, igualmente mais denso de transpor ou ver através dele. E seus parademônios, não são apenas ” minions” que podem ser derrotados aos montes, ou apenas insetos em um exame. A revelação de sua escravidão é uma lembrança recorrente das consequências do fracasso.
Embora em aparente melhor equilíbrio, o sentimento de que cada segundo, pode ser o último para os heróis, é tão constante que faz esquecer que existe novamente um Superman. E até nisso é mais lógico, ele não “brota no bailão” aleatoriamente, apenas por sentir o perigo. Ele é instruído por Alfred.
E sua chegada não resolve de forma simples e dá o desfecho por ser o grande “apelão” da história. Sua força é tão importante quanto a do restante da equipe, e claro, isso inclui o Flash salvando a todos do que aconteceria, se assim não fosse.
Parte final de Liga da Justiça de Zack Snyder
Não é apenas sobre como derrotar o Lobo da Estepe, ou jogar seus restos para Darkseid, como prova de que temos protetores. Nem mesmo sobre uma vida que continua do ponto no qual nunca deveria ter parado.
Esse filme revela, a quem realmente gosta da sétima arte, o quanto gloriosa ela pode ser. O quanto um filme de herói também poder ser artístico e não apenas pancadaria, socos e super-poderes. E é acima de tudo um ensinamento de que não se pode apressar a arte.