Uma coisa que ficou clara no advento das franquias é como elas são elaboradas e preparadas criteriosamente para estarem um passo ou mais à frente dos olhos dos espectadores. Isso ficou muito claro mais recentemente nos filmes de heróis, onde as histórias de origens formam um lastro de afinidade que lhe permite acreditar, aceitar e até se envolver em suas tramas fantasiosas
No Monsterverse isso aconteceu em Godzilla Vs. Kong, onde os filmes individuais dos dois monstros dão os alicerces necessários para que o filme do embate dos dois possa realmente focar no confronto, sem a necessidade de explorar a história de origem e sobrecarregar o tempo de tela.
Godzilla (2014), Kong: A Ilha da Caveira (2017) e Godzilla II: Rei dos Monstros (2019), todos prepararam o terreno para que o verdadeiro duelos dos colossais e monstruosos titãs pudesse acontecer.
O diretor Adam Wingard – o quarto cineasta a conduzir o chamado MonsterVerse – revelou que viu o seu maduro King Kong, que envelhecera desde seu último filme, que se passa em 1973, até o momento atual do confronto, e o enxergou como outro durão de Hollywood.
“E eu vi minha versão sendo Clint Eastwood de Os Imperdoáveis (1992). Você sabe, ele é o pistoleiro sem o tiroteio. Ele está grisalho, está cansado, tem barba comprida e todo esse tipo de coisa. Ele também é mais corpulento. Ele está um pouco mais forte, no estilo de um profissional de luta-livre, mas preparado para que possa se virar com o Godzilla. ”, declarou o diretor em entrevista ao Yahoo!.
Wingard também fez alusão a outro mega confronto de titãs da Warner Bros. “Quando eles fizeram Batman x Superman (2016), aquela foi a primeira vez que vimos Ben Affleck como Batman. Não quer dizer que isso seja bom ou ruim, mas o fato é que era um novo Batman. Então foi meio difícil para mim pular e dizer, ‘Este é o melhor Batman versus Superman,‘ porque ainda estou aprendendo quem é essa versão do Batman. E então, com nosso filme, eu queria que fossem Godzilla e Kong. Você não pode simplesmente começar por aí. Isso é o que há de tão legal no MonsterVerse: esse é o ponto culminante do desenvolvimento desses filmes. Eles foram estabelecidos, esta é a versão, e agora podemos deixá-los lutar. ”, revelou
Vendo o resultado final, a influência da luta livre é clara nos momentos. Assim a luta se torna ainda maior e cada golpe parece ainda mais mortal. Explorando não apenas o que você está vendo, mas como se sente em relação aos lutadores, a ponto de ser incapaz de passar indiferente ao confronto, sem escolher um lado, nem que esse lado mude conforme um aparece mais como vítima ou algoz que o outro.
Um outro paralelo as falas do autor, está também em Batman Vs Superman, onde a trama leva os protagonista que estão em meio a um “cacete frenético” a pararem por um motivo (aparentemente trivial, para alguns) e diante da necessidade se juntarem contra um inimigo em comum, o que também acontece no filme de Wingard.
Mas e você, já viu Godzilla Vs. Kong? Conta para a gente o que achou desse duelo de proporções apocalípticas?