‘Einstein e a Bomba’: a verdade sobre o gênio e seu legado nuclear chega à Netflix

A produção explora, em imagens de arquivo, um pouco sobre como funcionava a mente de Einsteinn, o gênio torturado.
'Einstein e a Bomba' estreia hoje nas telas da Netflix
'Einstein e a Bomba' estreia hoje nas telas da Netflix

O fascínio por histórias nucleares ganha novo capítulo com a chegada de “Einstein e a Bomba” à Netflix. Após o estrondoso sucesso de Oppenheimer, que mergulhou na criação da primeira bomba atômica e arrebatou indicações ao Oscar, o interesse por tramas que entrelaçam ciência, ética e história só cresce. Agora, em uma parceria inédita com a BBC, a Netflix lança luz sobre um dos períodos menos explorados da vida de Albert Einstein: seu exílio após a fuga da Alemanha nazista.

Este documentário promete uma imersão nas complexidades da mente de Einstein, utilizando um recurso narrativo único: todas as falas são extraídas diretamente de entrevistas, cartas e discursos do físico. A produção, estrelada por Aidan McArdle, Andrew Havill e Rachel Barry, e com roteiro de Philip Ralph, não só enriquece o catálogo da plataforma mas também se destaca como uma obra essencial para entender as implicações morais e científicas da invenção da bomba atômica.

A abordagem de “Einstein e a Bomba” serve não apenas como uma exploração biográfica mas também como um convite à reflexão sobre o papel dos cientistas em contextos políticos e bélicos.

Einstein, Oppenheimer e a origem das armas nucleares

A relação entre Albert Einstein e a invenção da bomba atômica é frequentemente mal interpretada. Embora Einstein não tenha participado diretamente no desenvolvimento das armas nucleares, sua equação E = mc² estabeleceu a base teórica que possibilitou a criação dessas armas. Diferentemente de J. Robert Oppenheimer, conhecido como o “pai da bomba atômica” por liderar o Projeto Manhattan, Einstein desempenhou um papel mais indireto, mas crucial, na corrida armamentista nuclear.

A colaboração entre Einstein e Leo Szilárd é um marco nessa jornada. Juntos, eles exploraram conceitos fundamentais que pavimentaram o caminho para a energia nuclear. A descoberta da reação nuclear em cadeia por Szilárd, que demonstrou como reações nucleares podem se autoalimentar e escalar, foi essencial para entender o potencial da energia atômica. A subsequente compreensão da fissura nuclear solidificou o conceito, mostrando como nêutrons podem dividir núcleos atômicos, liberando quantidades imensas de energia.

O alerta a Roosevelt marca um momento decisivo na história nuclear. Conscientes do potencial destrutivo dessa nova tecnologia e temendo que a Alemanha nazista pudesse desenvolver armas nucleares primeiro, Einstein e Szilárd escreveram uma carta ao presidente Franklin D. Roosevelt. Nesta carta, eles argumentavam a favor do desenvolvimento de pesquisa nuclear nos Estados Unidos, o que levou à criação do Projeto Manhattan.

Este projeto, que culminou com a criação e uso das primeiras bombas atômicas durante a Segunda Guerra Mundial, não teve a participação ativa de Einstein. No entanto, sua contribuição teórica e seu envolvimento inicial em alertar sobre os perigos nucleares são inegáveis. O papel de Einstein na história das armas nucleares é, portanto, um de catalisador intelectual e ativista, diferenciando-se claramente da contribuição direta de Oppenheimer na concepção e construção dessas armas.

Einstein e a Bomba Atômica: um esclarecimento necessário. Enquanto Oppenheimer orquestrava a aplicação prática da teoria em Los Alamos, Einstein se preocupava com as implicações éticas e morais da sua aplicação. A distinção entre essas duas figuras centrais na história das armas nucleares sublinha a complexidade das contribuições científicas em contextos de guerra e paz.

A jornada de Einstein da Alemanha ao refúgio no Reino Unido

"Einstein e a Bomba": conheça o novo documentário da Netflix
“Einstein e a Bomba”: conheça o novo documentário da Netflix

Quando o regime nazista ascendeu ao poder na Alemanha, Albert Einstein enfrentou um dilema mortal devido à sua origem judaica e suas posições políticas. Sua decisão de deixar a Alemanha em 1933 foi marcada por coragem e uma firme resistência ao nazismo. Einstein buscou refúgio em diversos países europeus antes de se estabelecer no Reino Unido, em Norfolk. Durante este período, apesar das adversidades, ele continuou a contribuir significativamente para a ciência, trabalhando em sua teoria e discursando sobre os perigos que os cientistas enfrentavam sob regimes totalitários.

Arrependimento e ativismo de Einstein após Hiroshima e Nagasaki

Após os devastadores bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki em 1945, Einstein expressou publicamente seu profundo arrependimento por qualquer papel que suas descobertas científicas possam ter desempenhado no desenvolvimento de armas nucleares. Este evento foi um ponto de inflexão em sua vida, transformando-o em um ativista vocal pela paz e pela responsabilidade ética na ciência. Sua posição firme contra a corrida armamentista nuclear e seu apelo por uma governança global para evitar futuros conflitos nucleares ressoam até hoje.

Como assistir “Oppenheimer” e “Einstein e a Bomba”

Einstein e a Bomba  netflix

Para os interessados em explorar mais a fundo essas histórias fascinantes, “Oppenheimer” estará disponível no Telecine a partir de 7 de abril e também pode ser alugado nas plataformas AppleTV e Prime Vídeo da Amazon. Já “Einstein e a Bomba” é uma adição recente (esta sexta-feira 16 de fevereiro) ao catálogo da Netflix, prontamente acessível para assinantes que desejam mergulhar na complexa narrativa de Einstein e sua relação indireta com a bomba atômica.

Estes documentários e filmes não apenas iluminam as contribuições e dilemas enfrentados por essas figuras históricas mas também oferecem uma reflexão necessária sobre o papel da ciência e ética em tempos de conflito. Ao assistir a estas produções, os espectadores ganham uma compreensão mais profunda da história nuclear e dos esforços contínuos para promover a paz e a responsabilidade ética no mundo científico.

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Rafael Nicácio

Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Dinastia, é um dos responsáveis pela administração do site. Conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal do RN. Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, também administra a página oportaln10.com.br. E-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br