As Mulheres Que Amavam Bankoff, PT. I — Nova Amsterdã 02

Voltado para a cultura, ficção e fantasia, o trabalho a seguir é fruto de uma parceria entre o Dinastia N e o autor Antônio Gomes. A iniciativa busca explorar mais o universo das ideias do escritor, através desta coletânea de contos. As obras serão publicadas semanalmente as terças-feiras. Na segunda publicação da série Nova Amsterdã, o título escolhido foi: As Mulheres Que Amavam Bankoff.

AVISO: insinuação de sexo, linguagem explícita, sobrenatural, violência.

1

O LITORAL FOI DIVIDIDO EM DUAS PRAIAS. Pirangi do Norte, que se localizava no município de Parnamirim, e Pirangi do Sul, que pertencia ao município de Nísia Floresta, ambo pertencentes ao que já era chamado de Grande Nova Amsterdã. Antes do Sul ser procurado por sua calmaria, ondas fracas e pela beleza dos bancos de corais que formavam pequenas ilhas e piscinas naturais dentro do mar e no Norte as pessoas se interessarem pelo maior cajueiro do mundo e o fluxo de adolescentes e jovens de classe média alta que passavam lá a fase de veraneio, a região viveu sua fase mais obscura quando uma maldição de fogo e sangue recaiu sobre as ruas e ladeiras de paralelepípedo.

Junho estava chegando e as festividades a um dos santos mais famosos na região Nordeste do Brasil já começava a ser programada e organizada, o que deixava os ânimos populares excitados já que aquela era a alta temporada. A renda local vinha principalmente da pesca, cultivo e, por todas as feiras de rua, já era possível ver o peixe e o verde e amarelo dos milhos serem comercializados junto a frutas e verduras.

Pescadores na praia de Pirangi

2

NAQUELA TARDE DE 31 DE MAIO DE 1975, último sábado do mês, o padre Bankoff estava voltando do sótão da igreja onde ficava o grande sino que ele tocou anunciando já serem cinco horas da tarde e o sol estava começando a deitar no horizonte. Ao voltar para a nave da igreja encontrou, sentada em um dos bancos mais próximos do altar, uma garota de pele alva e cabelos castanhos que caiam em uma cascata de cachos sobre os ombros.

Ele já sabia o que ela fazia ali, era quase um ritual deles, no fim de cada sábado, religiosamente, ela ia até lá para se confessar até chegar o tempo onde não eram mais apenas confissões, e sim uma conversa entre amigos, eles tinham essa igualdade de pensamentos e gostos que não conseguiam passar despercebidos. Entraram cada um em seu lado do confessionário, o gradeado de madeira foi aberto permitindo que se enxergassem por ali.

— Perdoe-me, padre Bankoff, porque eu pequei. — Ela disse em um tom simples e cabeça baixa, deixando claro seu arrependimento pelo que viria a revelar.

— Entregue seus pecados a Deus e Ele te livrará deles. — Disse calmamente.

A voz dele mergulhou no cubículo e atingiu os ouvidos da garota de dezessete anos que enrubesceu nas sombras do confessionário, encarando as mãos sobre o colo sem querer dirigir seu olhar ao homem do outro lado no momento.

— Há essa garota que mora na minha rua, nós temos a mesma idade, mas de uns tempos para cá tem passado por mudanças, mamãe diz que ela virou uma mulher completa, porque seus peitos estão aparentes e as saliências do corpo marcam no vestido. Os meninos não conseguem tirar os olhos dela e parece tão vulgar. Mas eu pequei, invejei a imagem e espalhei fofocas sobre como era oferecida, que era uma sirigaita. Sei que é errado e me deixei levar. — As palavras tropeçavam bêbadas para fora de sua boca e, por fim, deixou um suspiro aliviado, satisfeita por ter deixado tudo aquilo ali.

Parecia bobo, quase infantil, mas podia sentir o peso na mente e sabia que confessar para o padre e Deus seria o certo, desde muito cedo sua mãe a ensinou o caminho do segredo com o Pai.

— É compreensível em sua idade que se sinta assim, você ainda é nova e está crescendo no seu próprio tempo, como uma daquelas flores que levam mais tempo para desabrochar e, quando fazem, são as mais bonitas. Você já é bonita e tenho certeza que ficará ainda mais.

Então, de uma maneira que poderia soar como sacrilégio, falta de respeito e até mesmo surpreendente, uma risada foi ouvida por parte da garota e contagiou o padre que se entregou ao momento. E ali começava a surgir a verdadeira relação dos dois, a intimidade por detrás da batina dele e do pequeno véu branco feito à mão dela.

Com seus vinte e sete anos de idade Filipe Almeida Reis Bankoff era o padre mais novo do estado e um dos mais adorados da região, filho de Bento Reis Bankoff, um fazendeiro filho de imigrantes europeus que conseguiu transformar a fazenda comprada por seus pais em um negócio prospero que rendeu a ele um bom casamento e dois filhos, o mais novo se tornando o padre alto, de olhos claros e um rosto marcado por traços firmes e joviais que fazia com que as mulheres da localidade tivessem pensamentos quentes que jamais admitiriam nem para o travesseiro.

Tudo com Ana Maria começou quando a garota o deu as boas-vindas junto de outros jovens da paroquia quando assumiu a congregação dois anos atrás. Primeiros foram os olhares, trocados em momentos quase estratégicos durante as celebrações e então vieram as conversas em grupo após as missas dominicais onde todos interagiam, mergulhando na intimidade vieram as confissões — em sua maior parte coisas bobinhas como inveja da menina da rua, discussão com as irmãs ou pais — que logo se tornaram relatos de sonhos estranhos que a despertavam no meio da noite com o cabelo suado grudado no corpo. Ele explicou sobre os sete pecados a ela e o que fazer para se manter longe da luxuria do mundo.

Na décima confissão, Bankoff, após o relato mais potente de um sonho onde ela dizia ser visitada por um ser de luz de olhos claros e aparência juvenil, o Homem Instintivo empurrou para a escuridão da alma o Homem Santo, e como fazia nesse momento, ele retirou a divisória trançada que separava os dois lados do confessionário. Homem e mulher se encaravam, Ana com aquele olhar que transbordava inocência e o deixava louco madrugada à dentro. Bankoff deu-lhe três beijos. Um no alto da cabeça, o segundo na bochecha corada e o terceiro um roçar de lábios. Esse era seu ritual particular, a pureza enviada por Deus que o usava como canal para entregar a ela e aliviá-la do peso dos desejos mundanos.

—  Reze três Ave-Marias e seja pura. — Ele disse após pararem de rir e dos três beijos.

Ana Maria não era idiota, não era como sua irmã mais nova, Bebel, que achava beijos nojentos e meninos mais ainda. Ela gostava de ver Josefina, a mais velha das três irmãs, beijando o namorado às escondidas. Gostava de saber que alguns meninos falavam de seu corpo e boca, gostava de ter seu desejo inflamável aplacado pelo carinho do padre que tinha explicito em seu rosto o mesmo sorriso malicioso que os rapazes da rua quando ambos estavam no confessionário.

Ela amava o segredo deles, seu próprio segredo a fazia sentir adulta e não via a hora de ter seios como os de Josefina e a menina de sua rua, Marta, talvez o padre Bankoff quisesse beijá-la com mais vontade.

— Vá e não peques mais, minha jovem. Que Deus a acompanhe.

— Em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo. Amém.

Ela fez o sinal da cruz na altura do busto e ombros, ele recolocou a divisória e os dois saíram para a nave da igreja: Bankoff para distraidamente arrumar algo no altar e ela para um dos bancos pagar sua penitencia.

Ana Maria e o padre Bankoff no confessionário

3

ELA O VIU CHEGANDO E SORRIU. Era sempre assim desde que se lembrava de tê-lo conhecido quando o mesmo parou em sua barraca de especiarias na feira local. O rapaz trazia simpatia e era educado como muitos não eram com ela devido o histórico de sua pele e costumes. Mas ele não via isso e a vendedora o amava por isso.

O homem que tanto admirava não devia ser visto com os olhos que ela o via, pois o padre Bankoff era o ministro do deus católico na Terra e a essa entidade ele havia entregado a vida, abdicando de trabalhos, títulos e relacionamentos carnais.

A jovem tentava manter essa ideia em mente, mas, como neste momento, ao que ele se aproximava ela afogava nas águas salgadas de sua mente toda essa ideia de santidade e focava em admirar o rosto que invadia os sonhos noturnos.

— Do que precisa hoje, padre Bankoff? — Prontificou-se passando a mão sobre o lenço que protegia o cabelo de cair nos alimentos que vendia.

— Pouca coisa, Akeyo, um pouco de cominho, pimenta, cheiro verde e quiabos. Ainda tenho muito das compras passadas, mas quero cozinhar algo diferente essa noite. — Bankoff confessou e Akeyo da Silva conteve um suspiro.

Como em uma soma tentadora de qualidades o padre não tinha vergonha de confessar o quanto gostava de preparar sua comida e fazer ele mesmo a limpeza das vestimentas e casa paroquial, aceitando ajuda apenas para a organização da igreja e até mesmo ao ser convidado para almoços ou jantares na casa dos apostólicos romanos, Bankoff sempre levava um prato feito por suas mãos abençoadas.

— Sem convites para jantares essa noite? — Akeyo soltou as palavras enquanto embalava o pedido do cliente.

Ele riu como de costume.

— Não, quero deixar a noite livre para estudar um pouco sobre o ensinamento da missa dominical. Então será um pequeno jantar, livros e talvez uns três cochilos.

— Devem ser solitários jantares silenciosos de uma pessoa só.

— O Senhor está sempre comigo, então não me sinto sozinho e crescendo na casa agitada que cresci, silêncio é sempre bem-vindo.

— Como andam os preparativos para as festas juninas? — Mudou de assunto sabendo que o anterior não levaria ao ponto em que sua ilusão gostava de fantasiar que chegaria.

— Todos estão muito empolgados, isso garanto, será uma das maiores das últimas décadas segundo os mais velhos. A colheita foi farta assim como a renda nas pescarias, um ano prospero pela benção Dele. — O otimismo era quase palpável em sua voz.

Dessa vez, ela sorriu.

— Sabia que no Quênia, de onde vem meus antepassados, o nome que tenho significa: nascida durante a colheita?

— Então vamos celebrar em dobro durante as festas juninas, sempre gostei de aniversários. A celebração começará na sexta-feira e acabará na terça da semana seguinte, dia 24, em celebração ao Nascimento do Precursor, São João.

— Espero encontra-lo lá. – Disse Akeyo, por fim, entregando o embrulho com as compras ao padre que prontamente entregou o dinheiro nas mãos calejadas de trabalho.

— Também espero vê-la, venha a igreja para a missa, prometo que vai gostar. — O convite foi lançado novamente, como das outras vezes e como das outras vezes ela prometeu que pensaria a respeito, mesmo sabendo que jamais colocaria os pés no templo do deus branco. Pelo menos não até a revelação que seria apresentada aos seus olhos em 20 de junho daquele ano.

Feira livre nas ruas de Pirangi

4

BANKOFF SE TOCOU ANTES DO BANHO. Entregue ao desejo mais íntimo deslizava sua mão pelo membro rígido e, de olhos fechados, pensava no corpo da jovem Ana Maria com suas curvas disfarçadas e seios pequenos. Nos doces lábios que sorriam tão puramente e nas bochechas rosadas e fartas que completavam o quadro. Sem disfarces e máscaras, sem preces e confissões. Naquele cômodo úmido o homem deixava que a voz rouca tremesse ao gemer baixo e encher os pulmões de ar logo em seguida.

Respiração pesada e coração acelera, um suspiro aliviado e tremores na região do estômago mostravam que o padre havia atingido o auge do seu desejo carnal e sua semente se derramava pelo piso claro e fugia em direção ao ralo junto a água do chuveiro.

Como em uma onda que segue a anterior em direção à praia, logo se sentiu vazio e o que preencheu esse espaço foi uma sensação de culpa e pesar. Era algo impossível e mesmo que tentasse abandonar seus votos o escândalo seria grande e seu pai não permitiria que manchasse a imagem da família dessa maneira.

Quase uma hora depois disso ele estava pronto em sua roupa preta caminhando entre os bancos marrons e a luz dourada que preenchia toda a nave da igreja, saindo de uma das portas ao lado do altar em direção a porta principal do templo. Mesmo depois de expiar seus pecados após o banho ainda sentia que os santos nas vidraças e pedestais o julgavam com seus olhos bem desenhados e frios, nada acolhedores como os milagreiros que eram conhecidos pela população.

Ao abrir a porta dupla a vida do festival o atingiu em cheio como um soco no maxilar. As luzes coloridas, as barracas, bandeirinhas, fogueiras e até um pequeno parque havia m sido montados por toda a praça onde a igreja se localizava no centro de Pirangi do Norte. Era o primeiro dia das festividades juninas e a empolgação era pulsante como pulmões jovens respirando com toda sua potência.

Gostava de toda aquela animação, afinal, sua mente ainda era jovem e voraz, as lembranças da infância e adolescência ainda eram facilmente acessíveis e Bankoff adorava comer algodão doce, pipoca e milho cozido com manteiga, assim como ganhar prêmios na barraquinha de tiros e correr com os amigos brincando de esconde-esconde.

Mas os dias de criança se foram assim como os atos infantis, ele agora era um homem formado e sua mente devia se focar nisso. Desceu os degraus largos da escada e chegou às primeiras barracas que vendiam canjicas e tapioca ao leite. Cumprimentou os vendedores, eram uma família de agricultores de Nísia Floresta que eram figuras ativas na paroquia local.

Em todo seu ar de tranquilidade ele foi caminhando e adentrando mais entre as barracas, visitantes e crianças que corriam em bandos como gatos do mato. E como se estivesse sendo guiado por uma mão invisível, Bankoff fez seu caminho até onde ficava a maioria dos brinquedos. A barraca de tiros onde os garotos tentavam ganhar doces e carrinhos de madeira e latão pintados artesanalmente; o gira-gira que tinha cabines com formato de xicaras e bules, como um verdadeiro chá da tarde inglês onde as meninas soltavam gritinhos de empolgação e medo; a roda-gigante não era tão gigante assim, ele já havia visto maiores fora dessa região, mas sorriu ao ver o quanto as pessoas se divertiam nela, principalmente os casais. Porém foi atraído ao brinquedo sob a sombra da roda-gigante, um carrossel de cavalos brancos e pretos com respingados de várias cores, como cavalos-arco-íris, pessoas de todas as idades davam voltas e mais voltas no brinquedo e parada admirando estava Ana Maria com um sorriso sonhador.

— Boa noite, Ana. — Filipe Bankoff a cumprimentou com um aceno, em público, eles eram apenas conhecidos. Uma fiel e o ministro.

— Noite, padre Bankoff. — Devolveu o gesto. — Não são bonitos?

Ana viu a confusão no rosto dele e acrescentou:

— Os cavalos no carrossel são bonitos.

— Sim, sim.

— Gosto de cavalos. Sempre quis ter um e pedi por um pequeno até meu aniversário de dez anos, depois desisti, não tinha como criar um no lugar onde moramos, não há espaço.

— Quem sabe quando tiver seu próprio lugar não consiga realizar seu sonho?

— Sim, quero casar e ter uma fazenda para poder ter vários animais.

Um arrepio sobe por baixo das vestes do padre e ele, por um momento, se imagina no lugar do próprio pai cuidando dos negócios da família em suas fazendas e plantações e no lugar da mãe, cuidando da casa, estava Ana Maria, com aquele mesmo sorriso, usando uma saia alta e uma camiseta ensacada e chapéu redondo, em um ar senhorio como as garotas americanas que ele havia conhecido no passado.

— Maçãs do amor? — Teve seus devaneios interrompidos e foi puxado de volta para a festividade pela voz feminina conhecida.

— Boa noite, Akeyo, vamos querer sim.

Bankoff se adianta e pega as duas maçãs cobertas por uma leve camada doce e tira dos bolsos dinheiro mais do que suficiente e entrega para a garota negra de olhos atentos.

— Pode ficar com o troco.

Ele entrega uma das maçãs para Ana que sorri e tem as bochechas tomadas por um novo tom de rosa. Ana morde a fruta presa ao palito com os olhos fixos descaradamente na boca do homem à sua frente, esquecendo todos a sua volta e a mulher ao lado.

Isso não passa despercebido por Akeyo, claramente, é esperta para deixar esse simples gesto morrer ali. Afastou-se dos dois e rodou pelo local vendendo as maçãs do amor, mas mantendo sempre a atenção nos dois, os acompanhando a distância para onde quer que fossem e começou a notar que mesmo, hora ou outra, falassem com outras pessoas davam um jeito de estarem próximos e começou a imaginar que o que quer que tivessem não era algo daquele dia. Era velho, já conhecido, íntimo e familiar.

Akeyo trocou a bandeja vazia por outra, era sua última bandeja de maçãs e as pessoas pareciam realmente devorá-las — as crianças, em sua maioria —, ao voltar a andar pela multidão os perdeu de vista. Vagou com sua bandeja pelo mar de pessoas, sorrindo, falando, sendo a boa vendedora que era desde os 13 anos de idade.

O vento que soprava naquela noite de 20 de junho era frio devido à proximidade com as praias bagunçava seu cabelo crespo e o jogava para os lados assim como acariciava sua pele arrancando alguns leves arrepios. Ela não viu os amantes secretos em nenhum lugar por um bom tempo, era uma garota paciente e se seguisse seus instintos logo estaria no caminho do que procurava.

E tudo que começou como uma curiosidade quase infantil a levou ao despertar de uma raiva que não sabia que carregava, porque finalmente os encontrou, quando empurrou cuidadosamente a porta da igreja e andou entre os bancos em passos leves. Havia uma porta na lateral do que parecia o altar e a mesma estava entreaberta, Akeyo se aproximou, fitando o interior e arregalando os olhos.

No corredor mal iluminado se destacavam duas silhuetas, uma mais alta e máscula enquanto a outra menor e feminina. Os beijos trocados estalavam como os chumbinhos de pólvora jogados pelas crianças na festa para assustar os mais velhos. Havia uma troca mutua de prazeres, as mãos de dedos esguios do padre Bankoff se enchiam com os pequenos peitos ao mesmo tempo que uma das mãos de unhas bem-feitas de Ana acariciava o membro rígido e pulsante que se projetava para fora das calças dele.

Cerrou os punhos com tanta força que quase se importou com a dor das unhas contra as palmas das mãos. Akeyo o respeitou, deixando seus desejos de lado, guardando para si as fantasias que tinha com o padre de sorriso quente. Ela tocava-se nas madrugadas fogosas pensando nele, talvez até apaixonada estivesse, pois era o nome dele que sussurrava ao cair nas nuvens. Mas ali estava ele, entregue aos cuidados de uma menina tola e inexperiente. Inveja, tristeza, raiva, ódio, tudo se mistura em um furacão de sentimentos que a fez voltar às sombras da igreja com lágrimas nos olhos, lembrando a si mesma que não devia ter entrado na igreja do deus estranho, caminhou sem ter certeza de para onde estava indo até desembocar de volta na festa junina que parecia pulsar como um coração ativo — o evento era a alma daquele lugar.

Akeyo sentiu as ideias crescerem na mente e ela se vingaria.

Não preciso de seu perdão, padre, irei pecar.

(…)

As Mulheres Que Amavam Bankoff continua na segunda e última parte na próxima terça-feira.

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Antônio Gomes

Antônio Gomes

Colaborar do Dinastia N. Um amante irremediável da cultura pop em todas as suas formas. Escritor e leitor voraz. Seguidor fiel do mestre Stephen King e filho dos anos noventa, sendo o sonho conturbado da realidade que ainda está aprendendo a dar os primeiros passos, é fácil me encontrar comendo batatas, assistindo séries ou escrevendo alguma história com plot twist.