Ora, ora! Temos aqui um Xeroque Rolmes… Bem, difícil é achar quem não goste de um bom mistério, e que nunca tenha creditado a si um “q” do pitoresco investigador criado pelo célebre sir Arthur Conan Doyle. O fato é que suspense, mistério e investigações são artifícios que permeiam a mente de uma grande parte das pessoas, e que por isso rendem as mais incríveis tramas e enredos, principalmente na literatura, onde histórias de crimes e detetives surgem em profusão. Pensando em auxiliar o leitor que se inicia nesse riquíssimo gênero, o Dinastia Literária traz 4 livros essenciais para apaixonados por investigação. Então pegue seu cachecol, cachimbo e casaco, e mãos a obra!
NÃO FALE COM ESTRANHOS (HARLAN COBEN)
Se você conhece ou já ouviu falar em Harlan Coben sabe que grande parte dos seus livros fazem o leitor não querer largar o livro até que a última página seja virada e o mistério que percorreu toda a história seja completamente revelado. Não Fale Com Estranhos não foge desse seleto grupo de livros do Coben. Inclusive, ele entra para a minha lista de preferidos do gênero.
Na trama o autor cria uma teia de segredos, mentiras e chantagens que leva a desaparecimentos, desespero, paranoia e assassinatos ao mesmo tempo que culmina em revelações surpreendentes e inesperadas. O senso de urgência do leitor é acentuado com o desenrolar da trama, e é impossível não se sentir compelido a tentar desvendar por conta própria o desenrolar da trama.
Em livros como esse o melhor é embarcar sabendo o menos possível, inclusive, a o autor trabalha atualmente em parceria com a Netflix transformando vários de seus livros em séries e minisséries, incluindo o próprio Não Fale Com Estranhos que tem sua série já disponível na plataforma.
FÁBRICA DE VESPAS (IAIN BANKS)
Fugindo um pouco do tema, mas ainda dentro dele, esse livro é inquietante e cheio de nuances.
Bizarro, forte e surpreendente, Fábrica de Vespas é dono de um final que, com toda certeza, o leitor não espera em momento algum durante a leitura. Ele te faz temer o personagem ao mesmo tempo que nutre um sentimento de revolta contra as atitudes e em paralelo te deia interessado ao ponto de querer saber até onde ele pode chegar.
Banks deixa uma pergunta clara: já pensou como é a mente de um psicopata enquanto está crescendo?
OUTSIDER (STEPHEN KING)
Você já sentiu aquele arrepio nos pelos do corpo ou um calafrio descendo pela espinha quando começa a imaginar o que há lá fora, no escuro do mundo, nos espreitando enquanto seguimos nosso dia-a-dia? Imaginamos uma infinidade de coisas e, neste livro, King nos apresenta uma delas.
Entre citações ao grande Poe e homenageando um dos escritores de romance policial que mais adoro, Harlan Coben, King entrega um livro muito bom que o leva a misturar investigação e sobrenatural mais uma vez. Stephen King entrega uma de suas melhores histórias, para mim, ele faz com que você se envolva e se importe com os personagens e traz bastante daquela pegada mais violenta e brutal dos livros antes de 2000.
Se você já leu a trilogia Bill Hodges (Mr. Mercedes) vai estar familiarizado com a escrita dele neste livro e também com um importante personagem que retorna aqui. Caso não tenha lido a trilogia e vá começar por esse, é possível, porém, você receberá spoilers.
O livro tem um bom ritmo apesar da quantidade de páginas poder assustar um pouco, tudo passa muito rápido e o final é agridoce de uma maneira que King já é profissional em fazer e deixa algumas questões para o próprio leitor imaginar, afinal, não há fim para o universo que existe na cabeça de cada leitor.
O HOMEM DE GIZ (C. J. TUDOR)
Digo sem medo que Tudor merece um lugar na estante junto de King!
Primeiro de tudo, esse livro é uma grande homenagem ao mestre. Em um momento você vai sorrir (por mais terrível que a história seja) e lembrar de uma cena muito semelhante em O Cemitério do Stephen King. A escritora não enrola e desenvolve uma boa história em quase 300 páginas.
É possível se apegar aos personagens e ela conseguiu fazer algo que poucos escritores me fizeram feliz no quesito: escrever sobre crianças, infância e todo essa fase de transição para a adolescência de maneira nostálgica e satisfatória.
Minhas expectativas eram pouquíssimas e me surpreendi. Não vejo a hora de ler mais da Tudor.
Não deixem a oportunidade passar; é um suspense que te faz devorar uma página atrás da outra alternando entre a infância nos anos 80 e o presente em 2016, com os personagens já adultos na maior vibe IT! E isso não é em nada ruim.
É creepy, levemente bizarro e com um drama deliciosamente traumático.
Mas e aí, pronto para sair em busca da verdade? Você acha que tem a perspicácia necessária? Conta pra gente nos comentários, e não deixe de conferir mais conteúdo como esse aqui no Dinastia N. Para mais novidades e conteúdos sobre filmes, séries, livros, jogos, e tudo que envolve o universo Nerd/Geek confira também nossas redes sociais!
Texto: Antônio Gomes
Edição: Augusto “Clark” Miranda