Refinaria no RN reajusta gasolina em R$ 0,10 e mantém combustível mais caro que na Paraíba

Refinaria no RN reajusta gasolina em R$ 0,10 e mantém combustível mais caro que na Paraíba
Foto: Agência Brasil

O preço da gasolina voltou a subir no Rio Grande do Norte. A refinaria Clara Camarão, operada pela Brava Energia em Guamaré, elevou nesta quinta-feira (15) o preço do litro da gasolina A de R$ 2,917 para R$ 3,017 — uma alta direta de R$ 0,10 por litro. O diesel A S500 também foi reajustado, passando de R$ 3,286 para R$ 3,361, uma diferença de R$ 0,08.

A atualização segue a política de reajustes semanais da Brava Energia, aplicada normalmente às quintas-feiras, e impacta o preço repassado pelas distribuidoras aos postos de combustíveis em todo o estado.

Mesmo com o reajuste local, os preços da refinaria Brava Energia continuam acima do que é praticado pela Petrobras no terminal de Cabedelo (PB), o que evidencia um descompasso regional que já se arrasta há meses.

No terminal paraibano:

  • O litro da gasolina está a R$ 2,909 (R$ 0,108 mais barato que em Guamaré)
  • O diesel A S500 custa R$ 3,076 (R$ 0,285 mais barato)

Ou seja, mesmo após a privatização da operação potiguar, o RN segue pagando mais caro na origem.

Efeito no consumidor final

A alta na refinaria tende a refletir nos próximos dias nas bombas da capital e do interior. A última pesquisa do Procon Natal, publicada nesta semana, aponta média de R$ 6,26 para a gasolina comum na capital potiguar. Com o novo valor da refinaria, é provável que essa média suba novamente, pressionando ainda mais o bolso do consumidor.

Mesmo que o reajuste pareça pequeno na origem, o impacto ao final da cadeia de distribuição é maior, devido ao efeito cascata dos custos logísticos, margens das distribuidoras e impostos.

Diferente do que ocorre em outros estados, o RN não possui atualmente uma política de amortecimento de preços para os combustíveis. O governo estadual também não interfere na política de preços adotada pela Brava Energia, já que se trata de empresa privada.

Com isso, os reajustes semanais passam a ser um fator de instabilidade para o planejamento dos pequenos negócios e para o trabalhador que depende do transporte pessoal para exercer sua atividade. O setor de frete, táxis, motoristas de aplicativo e motoboys sente o reflexo com mais força, especialmente quando os aumentos ocorrem com frequência e sem previsibilidade pública.

Desde que a operação da refinaria Clara Camarão passou às mãos da Brava Energia, o Rio Grande do Norte assiste a uma política de preços própria, sem vínculo direto com os reajustes da Petrobras. O argumento da liberdade de mercado é o que sustenta a prática, mas o resultado para o consumidor é direto: paga-se mais no RN do que no estado vizinho, mesmo com logística similar.

O resultado é um cenário em que postos próximos à divisa com a Paraíba têm mais vantagem competitiva que os da região metropolitana de Natal, o que distorce o equilíbrio do mercado local.

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