Um grande evento cultural marcou a celebração do Mês da Consciência Negra em São Paulo. Realizado no sábado, 23 de novembro, na Rua General Jardim, entre as ruas Doutor Vila Nova e Doutor Cesário Mota Júnior, na Vila Buarque, o encontro, que durou das 10h às 17h30, reuniu diversas organizações e artistas em prol da valorização da cultura negra e da discussão de temas importantes como o racismo ambiental e a territorialidade.
A iniciativa foi liderada pela ONG Ação Educativa, em parceria com a Abong, o Instituto Polis e o Núcleo Antirracista Virginia Bicudo da Fesp. Com o tema “Nós somos o começo, o meio e o começo“, inspirado nas reflexões do Mestre Antônio Bispo dos Santos, o evento ofereceu uma programação diversificada e vibrante.
A programação incluiu uma variedade de apresentações musicais, com destaque para artistas como DJ Viny Rodrigues, Grupo Baque CT, Terreirão do Samba SP, Rappin Hood, Coletivo AMEM, Versus e Os Diplomatas. Além da música, o público pôde desfrutar de manifestações culturais tradicionais como o Cortejo de Maracatu, Coco de Roda e Ciranda, e Roda de Samba, promovendo uma imersão na rica diversidade da cultura negra brasileira.
Para Juliane Cintra, coordenadora de Projetos Especiais e uma das curadoras da programação, a escolha da Vila Buarque não foi aleatória: “Ao ocupar o território da Vila Buarque, a Ação Educativa busca disputar uma narrativa sobre o bairro criando um espaço de troca e visibilidade para as comunidades negras, reconhecendo o centro como um ponto de encontro histórico de diferentes expressões culturais e afetivas do povo negro“.
A Ação Educativa, que comemorou 30 anos de existência, utilizou a iniciativa como uma oportunidade para promover a conscientização sobre a importância da presença negra e a resistência histórica das comunidades negras. Segundo Edneia Gonçalves, coordenadora executiva adjunta da ONG, “ao realizar uma programação cultural nas ruas, a Ação Educativa convida a comunidade a reconhecer a valorização da presença negra e do território como um espaço de resistência e identidade“.
Edneia ainda destacou a articulação entre arte, cultura, território e educação como elementos cruciais na luta por um futuro mais igualitário: “A programação envolve uma diversidade de aprendizados envolvidos na permanente resistência negra às opressões, por isso arte, cultura, territórios e educação se articulam para indicar os elementos de um futuro mais igualitário“. O evento buscou, portanto, não apenas celebrar a cultura negra, mas também promover um diálogo crítico sobre as questões sociais que impactam as comunidades negras no Brasil.
A escolha do local e o formato do evento foram estratégicos para atingir um público amplo e promover a integração da comunidade. A realização de um evento público e gratuito, com uma programação diversificada que engloba música, dança e outras expressões artísticas, demonstra o compromisso das organizações envolvidas com a construção de um futuro mais justo e igualitário.
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