Há linhas de crédito disponíveis para pessoas que estão com o nome negativado, o que é popularmente conhecido como estar com o “nome sujo”. Em alguns casos, a contratação pode ser feita sem sair de casa, pela internet. Mas tanta facilidade também requer cuidados para evitar que uma alternativa que poderia ser a solução não se transforme em uma dor de cabeça.
Ter o nome negativado significa ser incluído na lista dos órgãos de proteção ao crédito, como SPC e Serasa. Isso ocorre quando o consumidor não paga uma conta e torna-se inadimplente. Na prática, o nome negativado implica em restrições de acesso ao crédito, sendo mais difícil obter um financiamento, um empréstimo pessoal ou para o próprio negócio.
No Brasil, cerca de 25,2% das famílias encerraram 2021 em situação de inadimplência, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e divulgada em dezembro. Ainda de acordo com o estudo, 10,5% delas informaram não ter condições para quitar as dívidas em aberto e, portanto, seguirão inadimplentes.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego atinge 12,9 milhões de brasileiros, enquanto a inflação chegou a 10,38% no acumulado entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022. Tais fatores contribuem para a redução da renda e do poder de compra das famílias, dificultando ainda mais a situação financeira daquelas que já se encontram em inadimplência.
Oferta de crédito
O mercado oferece diferentes linhas de crédito, sendo algumas direcionadas às pessoas negativadas. No entanto, antes da contratação é preciso avaliar como funciona a oferta, quais são os custos e se há condições de arcar com o pagamento para evitar a situação de superendividamento, como alertam os órgãos de defesa do consumidor.
Segundo informações do Banco Central, as alternativas de crédito existentes no país são o empréstimo pessoal com ou sem garantia, o consignado, o cartão de crédito e o cheque especial. As duas últimas são as que apresentam as maiores taxas de juros.
Já as menores taxas de juros são praticadas pelo empréstimo pessoal com garantia. Nesta linha, o consumidor tem acesso ao empréstimo com garantia de celular, veículo, imóvel ou outro bem, que é apresentado como contrapartida no caso de não pagamento das parcelas.
Mas o Banco Central alerta que na hora da tomada de crédito é preciso observar o Custo Efetivo Total (CET) da operação, o que inclui, além dos juros, os outros encargos da contratação.
Como contratar o empréstimo
A primeira orientação para quem está negativado e pensa em contratar um empréstimo é analisar a finalidade com a qual vai assumir esse compromisso. Se for bem administrado, o crédito pode auxiliar no pagamento das dívidas e no fim da inadimplência. Mas caso não seja bem planejado, pode levar à situação de superendividamento, como alertam os órgãos de defesa do consumidor.
Após esta análise, se optar pela contratação, será necessário pesquisar quais instituições oferecem esta opção. O Banco Central orienta a verificação em seu site sobre quais empresas estão autorizadas a funcionar para evitar cair em golpes.
Antes de optar por uma linha de crédito, outra orientação é analisar as condições de pagamento. Além do CET, é preciso verificar o prazo e se as parcelas caberão no bolso. Para isso, quando realizar a simulação do empréstimo, é importante preencher as informações corretamente.
De acordo com a Associação Brasileira de Defesa dos Consumidores (Proteste), manter o nome limpo é a melhor maneira para equilibrar a vida financeira. Para isso, quem está inadimplente pode solicitar o auxílio dos órgãos de defesa para a mediação da renegociação de dívidas com os credores.
Fonte: Meon.com.br
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