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Incerteza e desespero dos servidores: Governo do RN segue sem data para pagamento do 13º

O governo do RN justificou o atraso alegando que o pagamento está condicionado à chegada de recursos extraordinários da União, previstos para este mês.

A falta de uma data definida para o pagamento do 13º salário dos servidores estaduais do Rio Grande do Norte vem causando desespero e incerteza entre os trabalhadores, conforme denúncia feita pelo Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público da Administração Direta do Estado do RN (SINSP-RN). Até o momento, servidores ativos, aposentados e pensionistas seguem sem qualquer previsão para o recebimento do benefício.

A incerteza e o desespero imperam entre os servidores que não fazem a mínima ideia de quando o governo vai ter a boa vontade de cumprir a sua obrigação e honrar com o décimo dos servidores que trabalharam o ano todo e hoje se encontram sem nem saber se vão ter seus direitos cumpridos”, afirmou o sindicato.

Desde maio, o SINSP-RN havia solicitado à governadora Fátima Bezerra a antecipação de 40% do 13º salário, mas o pedido não foi atendido. Com o prazo legal de pagamento se encerrando em 20 de dezembro, cresce o temor de que o governo descumpra a legislação, ampliando o desgaste com o funcionalismo público.

Condicionamento do pagamento ao repasse federal

O governo do RN justificou o atraso alegando que o pagamento está condicionado à chegada de recursos extraordinários da União, previstos para este mês. Segundo o secretário estadual de Administração, Pedro Lopes, a definição do calendário depende da confirmação desses repasses.

O calendário somente será anunciado quando houver a confirmação dos depósitos dos recursos extraordinários”, explicou Lopes. Ele informou que a primeira parcela do 13º já foi paga aos servidores de órgãos que contam com recursos próprios, mas a segunda parcela permanece indefinida.

Além da espera pelos recursos federais, o governo enfrenta uma grave crise financeira. Uma das medidas propostas para mitigar a situação é o aumento da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), atualmente fixada em 18%. A votação do pacote fiscal, que inclui o reajuste, está marcada para essa quarta-feira, dia 11 de dezembro, na Assembleia Legislativa do RN (ALRN).

Pedro Lopes destacou que o percentual atual não é suficiente para cobrir despesas essenciais. “Esse fato evidencia que no RN o ICMS com modal de 18% não é suficiente para cumprir suas obrigações com pessoal. Não se consegue sequer cumprir os compromissos com fornecedores. Investimento só se consegue executar com recursos federais ou empréstimos”, afirmou.

O secretário também culpou parlamentares da oposição e representantes empresariais pelo agravamento da crise. “Conseguiram reduzir esta importante receita própria do estado sob o argumento que os preços dos produtos reduziriam e a arrecadação do ICMS se manteria estável. Erraram todos os prognósticos.”

Reação dos sindicatos

A presidente do SINSP-RN, Janeayre Souto, foi incisiva ao criticar o governo e a falta de planejamento para o pagamento do benefício. “O pagamento não é um favor do governo, isso não está aberto à negociação ou debate. Se a governadora Fátima Bezerra não tem condição de cumprir nem o mínimo da obrigação do cargo que ocupa, que renuncie e abra espaço para um gestor que respeite os direitos básicos dos servidores públicos”, afirmou.

Janeayre também destacou que a gestão estadual estaria usando o aumento do ICMS como moeda de troca. “Não devemos esquecer que o governo já está condicionando a recomposição salarial dos servidores humildes ao aumento da alíquota do ICMS”, acrescentou.

A alíquota do ICMS é um ponto de tensão desde 2022, quando foi elevada para 20% de forma temporária. Em 2023, com a redução para 18%, as perdas arrecadatórias chegaram a R$ 1,7 bilhão. A manutenção da alíquota mais baixa em 2024 representa um déficit estimado de R$ 700 milhões.

Entre as propostas para ampliar a arrecadação está a criação de um sistema de cashback de ICMS para famílias de baixa renda, além da cobrança de IPVA para carros elétricos, que começará em 0,5% em 2025 e subirá gradualmente até 3%. Outra medida envolve a retirada da isenção de IPVA para veículos com 10 a 15 anos de uso, o que pode gerar R$ 60 milhões em receita adicional.

Cortes de despesas e dificuldades com crédito

Como parte dos esforços para conter os gastos, o governo publicou um decreto que determina cortes de 25% em despesas operacionais, como energia, água, limpeza e locação de imóveis e veículos, até abril de 2025. Eventos que impliquem custos também foram suspensos.

Apesar das medidas, o estado perdeu o direito de receber a segunda parcela de R$ 400 milhões do Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal (PEF), devido ao não cumprimento das metas de redução de despesas com o funcionalismo público.

Enquanto isso, o governo mantém obras de infraestrutura, como a recuperação de estradas, que foram tratadas como prioritárias pela governadora.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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