Os preços da castanha de caju produzida no Brasil, comparados aos de fevereiro do ano passado, remuneraram bem os produtores nordestinos, sobretudo os do Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí, que concentram mais de 80% da produção nacional. Nesses três Estados, a castanha foi comercializada bem acima do preço mínimo estabelecido pelo governo federal, de R$ 1,70 o quilo.
A análise de conjuntura da castanha, realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), demonstra uma alta de 45,16% no preço de mercado no Ceará, chegando a R$ 3,60 o quilo do produto in natura. No Rio Grande do Norte, a valorização foi de 36,58%, com valor de comercialização de R$ 3,51 o quilo. Já no Piauí, a castanha subiu 30,21%, chegando a R$ 2,50 o quilo.
O aumento do preço da castanha in natura se deve, sobretudo, ao aumento da demanda interna e à diminuição da safra nos últimos anos frente ao clima seco da região, informa o analista de mercado da Conab Marden Teixeirense.
Apesar do ganho, o preço pago ao produtor ainda é baixo se comparado ao do produto beneficiado, que em alguns supermercados das grandes capitais chega a mais de R$ 50 o quilo. “Isso ocorre porque o beneficiador da castanha leva a maior parte. Se os produtores se organizassem melhor, como em cooperativas, o ganho deles seria outro”, avalia.
Para este ano, a estimativa de produção de castanha de caju, calculada pelo IBGE, é de 228,7 toneladas, com um aumento de 120% em relação à colheita de 2015, de 102,7 toneladas. Cerca de 80% da produção vai para o mercado exterior, principalmente para os Estados Unidos, Canadá e países baixos da Europa.
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