Desde a última quarta-feira (14), após a identificação da fuga na Penitenciária Federal de Mossoró, o trabalho das forças policiais segue de forma intensa. Na busca por recapturar os foragidos, drones, helicópteros e reforços nas fronteiras já fazem parte da operação, que já alertou também a Interpol (a Polícia Internacional).
Todo esse esforço ocorre após ser registrada a primeira fuga da história de um presídio federal de segurança máxima no Brasil. Os foragidos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento estão no foco dessas buscas.
Como ocorrem os trabalhos de busca dos foragidos?
Os esforços policiais em busca de recapturar os foragidos seguem firmes e contam com reforços da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Polícia Penitenciária Federal (PPF), Polícia Militar do Ceará (PM-CE) e Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PM-RN), entre outras entidades da área de segurança. Nesse sentido, foram empregados também reforços na região de fronteira, afim de evitar que os foragidos deixem a região.
De acordo com as autoridades, acredita-se que os criminosos estejam em um raio de 15km do presídio, que fica localizado na Zona Rural de Mossoró. Neste perímetro já foram encontradas duas camisas, uma rede e rastros de sapatilhas (semelhantes às usadas no presídio).
Além disso, na última quinta (15), uma residência na região do Rancho da Caça, a cerca de 7km da penitenciária, foi arrombada. Segundo o morador, foram furtados tênis, roupas, fósforos e alguns alimentos.
Apesar dos vestígios encontrados, ainda não há a confirmação de que os foragidos estejam por trás dos atos. Todavia, a operação segue em busca de recapturar os foragidos.
Nesse sentido, a Polícia Federal conta também com auxílio de drones e helicópteros, que fazem o reconhecimento aéreo na região das buscas. Também estão sendo usados equipamentos capazes de aferirem a temperatura corporal, afim de facilidade as buscas na região, onde a vegetação típica é a caatinga, por exemplo.
Outro esforço nesse sentido partiu do alerta emitido pela PF diretamente a Interpol. A intenção é de que os nomes dos fugitivos sejam incluídos no Sistema de Difusão Vermelha da Polícia Internacional.
Quem são os criminosos foragidos do presídio em Mossoró?
Os criminosos foragidos do Presídio de Segurança Máxima de Mossoró são: Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Querubin, de 35 anos; e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho“.
Eles estavam presos por crimes como homicídio, roubo, latrocínio, tráfico de drogas e organização criminosa. Naturais do Acre, os foragidos são ligados ao Comando Vermelho e estavam no presídio desde 27 de setembro de 2023.
Antes disso, eles cumpriam pena no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, onde participaram de uma rebelião. Na ocasião cinco detentos foram mortos, entre eles três decapitados.
Como ocorreu a fuga dos detentos do presídio Federal em Mossoró?
De acordo com as informações já reveladas sobre a fuga, ela teria ocorrido por volta das 3h, quando os detentos usaram uma abertura destinada ao banho de sol. A unidade passava por uma reforma interna, o que acabou facilitando a ação dos criminosos.
A ausência dos detentos só teria sido percebida às 5h, ou seja, duas horas após a fuga ocorrer de fato. Erros de protocolo, câmeras inoperantes e problemas de iluminação na unidade também contribuíram para fuga.
“Eles usaram um alicate que certamente estava jogado no canteiro de obras, quando deveria estar trancado, como ocorre em outras reformas de presídios”, iniciou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. “Houve uma fuga pela luminária da cela. Ao invés de estar protegida por uma laje de concreto, estava apenas por um trabalho comum de alvenaria. Quando os detentos conseguiram sair pela luminária, eles entraram no shaft, onde estão tubulações, fiações e máquinas e de lá conseguiram alcançar o teto. Não havia nenhuma laje, nenhuma grade, nenhum sistema de proteção”, complementou o ministro.
Afim de evitar as falhas que ocorreram na unidade, Lewandowski ordenou que as cinco unidades federais passassem por rigorosas vistorias, afim de evitar quaisquer outros erros no protocolo. Também foram ampliados os sistemas de alarmes. Apesar disso, de acordo com o ministro da Justiça, trata-se de um episódio isolado, que não contou com ajuda externa e não afeta as outras quatro Penitenciárias Federais.
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